São Paulo, quarta-feira, 25 de janeiro de 1995 |
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Polícia investiga morte de 4 em hemodiálise
ANDRÉ MUGGIATI
Na hemodiálise, uma máquina realiza a purificação do sangue em doentes com deficiências no funcionamento do rim (veja quadro ao lado). O nefrologista Rui Barata, um dos donos e diretor da clínica, disse ainda não saber qual foi a causa das mortes. "Pode até ser uma coincidência", disse. Barata descarta a possibilidade de falhas no aparelho de diálise ou erro humano. Para ele, as mortes de anteontem são um "mistério." Todos os mortos eram aposentados por invalidez. Ismael da Mata, 34, que tinha insuficiência por consequência dos sintomas da Aids, foi o primeiro a morrer, durante a sessão. Ricardo Paulo, 27, e Neuci de Oliveira, 34, que tinham insuficiência renal crônica, passaram mal durante a sessão. Foram socorridos no pronto-socorro do Hospital Santa Marcelina, onde morreram a seguir. Ademir Rocha, 43, teve para cardíaca, foi socorrido no Santa Marcelina e morreu ontem. O IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) está investigando a possibilidade de que as quatro mortes tenham sido provocadas pela intoxicação por metais pesados do líquido de diálise (leia texto ao lado). O exame deve ficar pronto em dois dias. O IML (Instituto Médico Legal) está fazendo a necrópsia para descobrir a causa da morte. O instituto também está analisando o sangue dos mortos. O laudo definitivo deve levar cerca de um mês para ficar pronto. O Instituto Adolfo Lutz está estudando a sala onde as hemodiálises foram feitas. A Vigilância Sanitária determinou ontem a interdição do local. A Clínica Santa Marcelina faz a hemodiálise de cerca de cem pacientes diariamente. É particular e conveniada ao SUS. Atende à população carente da zona leste. Os pacientes da clínica são encaminhados pelo hospital Santa Marcelina, que não comporta todos os atendimentos. Texto Anterior: Uma política de drogas Próximo Texto: Metais podem ter sido causa Índice |
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