São Paulo, quinta-feira, 26 de janeiro de 1995
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Traficante amplia domínio na zona norte

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Em plena vigência da Operação Rio, o suposto traficante José Roberto da Silva, o "Robertinho de Lucas", expande seus domínios na zona norte carioca.
Segundo o diretor da DRE (Divisão de Repressão a Entorpecentes) da Polícia Civil, Maurílio Moreira, Robertinho domina há anos o tráfico em Parada de Lucas.
No fim do ano passado, o suposto traficante teria ocupado também as favelas Kelson's, Marcílio Dias e Cidade Alta.
A ação de anteontem dos fuzileiros navais pode ter comprovado a investigação da DRE. A Marinha informou que prendeu na Kelson's e na Marcílio Dias três supostos gerentes de Robertinho.
As ações de Robertinho coincidiram com o início da Operação Rio, criada em outubro para combater o crime organizado.
Em novembro, Robertinho teria começado a atacar os traficantes da Kelson's (Penha), onde Carlos Miguel da Silva Farias, o "Boi", comandaria o tráfico.
Boi resistiu até 26 de dezembro, quando foi morto por homens que seriam chefiados por Robertinho.
Para o diretor da DRE, Robertinho quer ampliar seu domínio porque Parada de Lucas é uma das favelas mais visadas pelos militares.
Foi lá que a Marinha conseguiu o recorde de apreensão de drogas (90 kg de um composto de 15 kg de cocaína e o restante de uma mistura semelhante à droga).
Em Parada de Lucas funcionariam as "bocas" mais movimentadas da cidade. "É uma área de passagem (o acesso à favela é pela avenida Brasil, a mais importante da zona norte). Todo mundo vai ali para comprar", disse Moreira.
Segundo a polícia, Robertinho é a única liderança expressiva do Terceiro Comando, grupo rival do Comando Vermelho, principal facção do crime organizado no Rio.
Contra ele há uma ordem de prisão expedida há seis meses. O mandado, por tráfico de drogas, não foi cumprido, pois Robertinho é protegido pela comunidade local.
Robertinho se destacaria pelo assistencialismo prestado às populações das áreas que controla. Ele distribuiria comida, remédios e até dinheiro para os favelados.
(ST)

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