São Paulo, quinta-feira, 26 de janeiro de 1995
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PMDB troca apoio a Luís Eduardo por dois cargos na Mesa da Câmara

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA

O PMDB formalizou ontem a decisão de não disputar a presidência da Câmara e apoiar a candidatura de Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), em troca de dois cargos na Mesa.
O deputado Gonzaga Mota (PMDB-CE), que pretendia concorrer, desistiu "em nome da unidade partidária".
Com a decisão do PMDB, Luís Eduardo está virtualmente eleito. Ele encaminhou uma carta aos integrantes da futura bancada do PMDB –que se reuniram ontem na Câmara–, oferecendo ao partido a vice-presidência ou a primeira secretaria, além da terceira secretaria.
Até as 19h os deputados ainda não haviam escolhido os nomes para os cargos. Os mais cotados eram Geddel Vieira Lima (BA) e Ronaldo Perim (MG).
Os ministros da Justiça, Nelson Jobim, dos Transportes, Odacir Klein, e das Políticas Regionais, Cícero Lucena, participaram da parte inicial da reunião, com uma breve exposição sobre a situação de suas pastas.
Klein disse que seu ministério foi o mais prejudicado pelos cortes orçamentários promovidos pelo ministro José Serra (Planejamento), mas procurou tranquilizar os parlamentares.
"Uma parte do orçamento deve ser reconstituída, para garantir a continuidade de obras prioritárias", disse o ministro dos Transportes.
Segundo Klein, a área dos transportes perdeu cerca de R$ 580 milhões com os cortes feitos pelo ministro do Planejamento.

Senado
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) defendeu ontem a eleição do novo presidente do Senado pelo voto direto dos 81 senadores.
A proposta é uma estratégia dos aliados da candidatura do senador Pedro Simon (PMDB-RS), apesar de ter sido formalizada inicialmente por Eduardo Suplicy (PT-SP).
Requião quer, com isso, evitar desgastes à bancada de 22 senadores do PMDB na disputa entre Simon, o ex-presidente José Sarney (AP) e o ex-governador Iris Rezende (GO).
A discussão das candidaturas pelo plenário, segundo Requião, teria o objetivo de tornar pública a fragilidade das propostas de José Sarney.
Os senadores Pedro Simon e Roberto Requião combinaram a estragégia em almoço ontem no Senado. À tarde, Simon expôs a proposta no plenário do Senado. Na terça-feira à noite, Requião encontrou-se com Iris para sugerir que ele retirasse sua candidatura. O ex-governador não respondeu.
Pelo regimento, a maior bancada escolhe sozinha o presidente do Senado.
Uma mudança nas regras tem de ser decidida pelos parlamentares do PMDB, que têm reunião marcada para o dia 31 de janeiro.

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