São Paulo, quinta-feira, 26 de janeiro de 1995
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Terremoto no Japão pode encarecer metais

MÁRCIA DE CHIARA

Reportagem Local
O terremoto que atingiu o Japão deve encarecer, ainda mais, metais como zinco, cobre, alumínio, níquel e aço, já em alta no mercado internacional desde 94.
Na Bolsa de Metais de Londres (London Metal Exchange - LME), a cotação do níquel subiu 61,85% de setembro de 94 até ontem. No mesmo período, o alumínio aumentou 34,74%; o cobre, 23,63%; e o zinco, 18,37%.
"A procura desses metais por parte do Japão vai crescer quando o país começar a recuperar as áreas atingidas", diz Yoshinobu Waki, gerente da Jetro (Japan Trade Center), órgão do governo japonês para o comércio exterior.
"Os preços dos metais já estão sendo afetados pelo terremoto", diz Vicente Chiaverini, secretário-geral da Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais (ABM).
Na LME, entre o dia do terremoto (17 de janeiro) e ontem, a tonelada do alumínio saltou de US$ 1.955 para US$ 2.146,50.
Para Alberto Ussher, presidente da Alcan Alumínio do Brasil, a escalada dos preços do alumínio se deve à diminuição dos estoques mundiais e aumento na procura.
A oferta de zinco e cobre também vai ser menor de agora em diante, diz Douglas Melhqem Júnior, secretário do Instituto de Metais Não-Ferrosos.
"O preço do zinco deve atingir US$ 1.400 por tonelada nos próximos 30 dias", calcula ele. Ontem, na LME, o zinco fechou o dia cotado em US$ 1.192 por tonelada.
Já o preço do cobre não deve ultrapassar US$ 3.300 por tonelada, prevê Ivan Tessari, diretor da Associação Brasileira do Cobre. A tonelada foi cotada a US$ 3.063, ontem, na LME.
No Brasil, a Usiminas, com 13,8% das suas ações com direito a voto nas mãos de empresas japonesas, não recebeu ainda consultas do Japão para compra extra de aço.
"Os pedidos são fechados dois meses antes. A maior procura poderá ser sentida em abril", diz Clébio Diniz, negociador para mercado externo da Usiminas.

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