São Paulo, quinta-feira, 26 de janeiro de 1995
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Governo vai mudar cor das moedas de real

JOSIAS DE SOUZA ; GILBERTO DIMENSTEIN

Banco Central define hoje detalhes da operação; haverá moedas amareladas, avermelhadas e de duas cores
JOSIAS DE SOUZA
Diretor-executivo da Sucursal de Brasília
GILBERTO DIMENSTEIN
Diretor da Sucursal de Brasília
O governo vai substituir as moedas de real, postas em circulação no ano passado. As novas moedas terão os mesmos valores. Mas algumas mudarão de cor. Haverá moedas prateadas, como as atuais, feitas de aço inoxidável; e também amareladas, fabricadas em cobre; e avermelhadas, cunhadas em latão.
O BC (Banco Central) decidiu lançar uma outra novidade: a moeda de R$ 5,00, chamada pelos técnicos de "bimetálica", porque terá duas cores. Seu miolo será amarelado e suas bordas prateadas.
O diretor de Administração do BC, Carlos Eduardo Tavares, reúne-se hoje, no Rio, com técnicos da Casa da Moeda.
Ele vai definir detalhes da operação, tais como volume da primeira encomenda e data de início de circulação do que chama de nova "família de moedas".
A Casa da Moeda, empresa pública responsável pela fabricação de dinheiro, é capaz de produzir até 15 milhões de moeda por dia.
Há hoje em circulação no país 2,7 bilhões de moedas, que somam R$ 480 milhões, segundo dados oficiais do dia 19 de janeiro.
A substituição não será feita de uma só vez, mas gradualmente. O prazo de troca ainda não foi definido. As moedas velhas serão vendidas à siderúrgica Acesita. Recicladas, voltam ao mercado na forma de chapas de aço.
Há hoje em circulação seis tipos de moeda. De todas, apenas a de R$ 0,25 sobreviverá com a forma e a cor atuais. Todas as demais serão substituídas.
Embora não haja decisão final a respeito, a idéia inicial prevê que as cores podem ser assim distribuídas: as moedas de R$ 0,01 e R$ 0,25 seriam prateadas; as de R$ 0,05 e 0,50, avermelhadas; e as de R$ 0,10 e R$ 1,00, amareladas.
Segundo o diretor Carlos Eduardo, a troca visa facilitar a identificação das moedas brasileiras, sobretudo para as pessoas mais velhas. A avaliação do banco é que as moedas ficaram muito parecidas, dificultando o seu manuseio.
Discutiu-se a idéia de trocar também as cédulas de real. Resolução aprovada pelo Conselho Monetário Nacional à época do lançamento do real dizia que as notas seriam temporárias. Mas sua boa aceitação desestimula a mudança.
A idéia inicial era continuar "homenageando" personalidades do país, imprimindo suas fisionomias nas notas. Mas o processo envolveria consultas às famílias dos homenageados e seria muito demorado -cerca de nove meses.
Como tinha pressa em lançar o real, o governo acabou valendo-se de "personagens" da fauna e da flora brasileiras.

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