São Paulo, quinta-feira, 26 de janeiro de 1995
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Volume cresce na Bolsa de Valores do Rio

FIDEO MIYA; JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O feriado municipal de ontem no principal centro financeiro do país deslocou uma parte das operações para o Rio de Janeiro, mas, mesmo assim, os negócios no mercado carioca foram bastante reduzidos.
O Índice Senn da Bolsa de Valores do Rio fechou com alta de 1,4% e o volume de negócios subiu para R$ 60,6 milhões, com um aumento de 41,5% sobre os R$ 42,8 milhões do dia anterior.
Um banqueiro carioca considerou o volume melhor, "mas ainda muito baixo".
Para se ter uma idéia, os R$ 60,6 milhões equivalem a pouco mais de um terço dos R$ 174,6 milhões que a Bolsa paulista movimentou anteontem e que, por sua vez, também correspondem a pouco mais de um terço dos R$ 500 milhões que chegou a ser negociado em agosto de 1994.
As oscilações das Bolsas de Valores nos próximos dias vão continuar na dependência de definições nos EUA em duas frentes: a primeira é se o presidente Bill Clinton vai conseguir a maioria necessária do Congresso norte-americano para a ajuda de US$ 40 bilhões ao México. A definição dessa maioria é esperada até sexta-feira próxima.
A segunda definição que ameaça as Bolsas de Valores é a reunião do Comitê de Mercado Aberto do Fed (o Banco central americano) marcada para o próximo dia 31, na qual pode ser decidida uma nova alta nas taxas de juros dos EUA.
Além disso, pesa no mercado financeiro (acionário incluído) a chamada frente interna. Ou seja, a capacidade de articulação política do governo para aprovar o ajuste fiscal, decisivo para o futuro do Plano Real, no Congresso. A batalha explícita começa em fevereiro.
O Congresso sabe que a sorte do Plano Real (e o governo, por decorrência) depende do ajuste fiscal. Logo, vai usar isto para conseguir cargos públicos e vantagens. A questão é saber até que ponto é possível conceder sem afetar o centro do ajuste (que, no fundo, é cortar gastos públicos). Este será o teste do governo FHC.
No mercado de câmbio, ainda sob o impacto da medida do BC, que anteontem reduziu de dois para um ano o prazo das operações de pré-pagamento de exportações, o dólar comercial foi negociado no Rio com as mesmas cotações de fechamento da véspera –R$ 0,850 para compra e a R$ 0,851 para venda.
(Fideo Miya e João Carlos de Oliveira)

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, anteontem, em média, 0,120%. A taxa média do over, segundo a Andima, foi de 4,48% ao mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), ainda segundo o mercado, a taxa média foi de 4,59% ao mês.

CDB e caderneta
As cadernetas que vencem hoje rendem 2,9181%. CDBs prefixados negociados ontem: entre 58,70% e 59,00% ao ano para 30 dias. CDBs pós-fixados de 120 dias: entre 14% e 18% ao ano mais a variação da Taxa Referencial.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média ficou em 6% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): entre 69% e 138% ao ano.

No exterior
Prime rate: 8,50% ao ano. Libor: 6,69% ao ano.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: não operou por causa do feriado municipal. Rio: alta de 1,4%, fechando com 18.441 pontos e volume financeiro de R$ 60,606 milhões.

Bolsas no exterior
Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 18.159,48 pontos. Em Londres, o índice Financial Times fechou a 2.251,70 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,850 (compra) e R$ 0,851 (venda). Segundo o Banco Central, o dólar comercial foi negociado ontem a R$ 0,851 (compra) e R$ 0,853 (venda). "Black": R$ 0,845 (compra) e R$ 0,855 (venda), cotação do dia 24. "Black" cabo: R$ 0,853 (compra) e R$ 0,855 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,830 (compra) e R$ 0,860 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: não operou por causa do feriado.

No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres, a libra foi cotada a 1,5903. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,5183 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 99,58 ienes.

FUTUROS
Não funcionaram por causa do feriado. No dia anterior, o mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F projetou juros para janeiro de 3,50% e para fevereiro de 3,44% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para fevereiro fechou em 38.400 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para janeiro fechou a R$ 0,851 e para fevereiro a R$ 0,870.

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