São Paulo, quinta-feira, 26 de janeiro de 1995 |
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'A Estrela Sobe' revela Barreto
JOSÉ GERALDO COUTO
Talvez pela retaguarda que lhe fornecia o pai produtor (Luiz Carlos Barreto), exibia segurança e audácia surpreendentes. Enfrentou uma dispendiosa produção de época, e ainda por cima com um tema espinhoso por se prestar facilmente ao dramalhão (as agruras de uma cantora de rádio para subir na carreira). O resultado foi animador: uma reconstituição bem cuidada sem ser muito engomadinha (o que é raro em nosso cinema) e um tratamento dramático contido. Sua estrela, Leniza (Betty Faria), escapa do estereótipo: não é nem a mera vítima de um mundo inescrupuloso, nem só uma arrivista disposta a tudo para subir na vida. É uma mistura das duas coisas. Apesar de um certo travamento do ritmo (certas sequências não fluem como deviam) e da impostação teatral de algumas cenas, Barreto mostrava já um agudo sentido de comunicação com o grande público, o que ficaria evidente em seu filme seguinte, "Dona Flor", até hoje o maior campeão de bilheteria do cinema brasileiro. Pena que depois disso, escravo da própria fórmula, tenha visto sua carreira sair dos eixos e despencar ladeira abaixo. (JGC) Texto Anterior: TVs pagas investem na música clássica Próximo Texto: Aparato da Ellus brilha mais que coleção Índice |
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