São Paulo, quinta-feira, 26 de janeiro de 1995
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'A Estrela Sobe' revela Barreto

JOSÉ GERALDO COUTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Bruno Barreto tinha só 19 anos quando realizou "A Estrela Sobe" (Bandeirantes, 21h45), seu segundo longa-metragem.
Talvez pela retaguarda que lhe fornecia o pai produtor (Luiz Carlos Barreto), exibia segurança e audácia surpreendentes. Enfrentou uma dispendiosa produção de época, e ainda por cima com um tema espinhoso por se prestar facilmente ao dramalhão (as agruras de uma cantora de rádio para subir na carreira).
O resultado foi animador: uma reconstituição bem cuidada sem ser muito engomadinha (o que é raro em nosso cinema) e um tratamento dramático contido. Sua estrela, Leniza (Betty Faria), escapa do estereótipo: não é nem a mera vítima de um mundo inescrupuloso, nem só uma arrivista disposta a tudo para subir na vida. É uma mistura das duas coisas.
Apesar de um certo travamento do ritmo (certas sequências não fluem como deviam) e da impostação teatral de algumas cenas, Barreto mostrava já um agudo sentido de comunicação com o grande público, o que ficaria evidente em seu filme seguinte, "Dona Flor", até hoje o maior campeão de bilheteria do cinema brasileiro.
Pena que depois disso, escravo da própria fórmula, tenha visto sua carreira sair dos eixos e despencar ladeira abaixo.
(JGC)

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