São Paulo, quinta-feira, 26 de janeiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Curitiba quer preencher vazio cultural

CARLOS KAUFFMANN
ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA

Mil praças, 16 parques –áreas verdes em profusão, mais de 50 m2 por habitante. Encostas de pedreiras abandonadas se tornam teatros de arame e uma universidade. Um jardim botânico se ergue onde havia um lixão.
Sim, Curitiba é uma cidade-modelo. Entretanto, há uma sensação de vazio cultural que só aumenta na medida em que, mesmo num giro rápido pela cidade, se conhece a grandiosidade dos espaços dedicados ao lazer.
Mesmo com charme, tornar a cidade mais atraente ao turista é ainda um desafio. Não há praia a menos de 100 km. Nem atrativos naturais, como as cataratas, ou econômicos, como as compras no Paraguai, de Foz do Iguaçu (PR).
"Queremos transformar Curitiba na capital do turismo cultural do país", propõe Silvio Magalhães Barros 2º, 37, secretário estadual de Esporte e Turismo do Paraná.
Barros compara a feição desejada para a cidade com Estrasburgo, na França. "Precisamos montar um calendário de espetáculos e artes em que seja possível, como lá, adquirir ingressos com antecedência de até um ano", diz.
Outra idéia é incentivar o chamado turismo étnico. Curitiba, que tem comunidades expressivas de poloneses, italianos e ucranianos, buscaria atrair turistas desses países à cidade.
Se a experiência der certo, outras cidades do Paraná podem seguir o exemplo de Curitiba. Cascavel reúne vários descendentes de iugoslavos e Foz do Iguaçu conta com uma forte influência árabe.

Aeroporto Bacacheri
Com a entrada em operação do turboélice ATR-42 da Pantanal Linhas Aéreas, há cerca de seis meses, ligando São Paulo (Congonhas) e Rio (Santos Dumont) a Curitiba, o aeroporto local de Bacacheri, utilizado pela empresa, está com as instalações saturadas.
Segundo Marcos Sampaio, presidente da Pantanal, os vôos feitos por Bacacheri absorvem 15% do total de passageiros que utilizam o aeroporto de Congonhas para ir a Curitiba, que é de 15 mil passageiros/ano. O restante se serve do aeroporto Afonso Pena, a 17 km de Curitiba.
O aeroporto de Bacacheri é acanhado e suas instalações para passageiros se resumem a um barracão rústico de madeira que não comporta os seis vôos diários da Pantanal e ainda os da Helisul, que também opera no local.
A vantagem do aeroporto, que é base aérea militar e sede de aeroclubes, é a distância do centro de Curitiba –6 km.
Há um projeto de aumentar o terminal de passageiros de Bacacheri, orçado em US$ 300 mil. A quantia seria levantada pela iniciativa privada, segundo Sampaio.

Texto Anterior: Reserve seu hotel com antecedência
Próximo Texto: Barragens viram 'praias'
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.