São Paulo, quinta-feira, 26 de janeiro de 1995 |
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Ilhas combatem a falta de infra-estrutura
MANOEL DIRCEU MARTINS
Algumas dessas ilhas têm um visual fantástico, com formações vulcânicas ativas (como a ilha do Fogo) ou paisagens submarinas que encantam cada vez mais os poucos europeus que por ali se aventuram. Um destes europeus, o pesquisador francês Jacques Cousteau, se referia ao arquipélago como o "cantinho marítimo mais selvagem do mundo". A falta de infra-estrutura turística e de opções de recreação excluía o arquipélago da rota de visitas, como o próprio Inatur (Instituto Nacional de Turismo) reconheceu no começo dos anos 90. Até no mapa é difícil localizar Cabo Verde, já que mesmo para a maioria dos atlas o país é muito pequeno. Por isso, a terra que já foi "o entreposto dos descobrimentos", a partir da chegada do navegador Luís Cadamosto (o Pedro Álvares Cabral local) em 1456, continua desconhecida. O primeiro passo para mudar essa situação foi dado em 1992, com uma lei que concede isenção de impostos a todas as empresas (nacionais e estrangeiras) declaradas de utilidade turística. Os incentivos fiscais se estendem às facilidades aduaneiras na importação de materiais e equipamentos necessários para a construção e instalação desses estabelecimentos. Em 1990 havia apenas 1.600 leitos disponíveis, sendo mais de 60% em casas particulares. Hoje em dia já são mais de 3.000, em construções maiores e mais bem-equipadas. Além da capital Praia, na ilha de Santiago, há hotéis de classe internacional nas ilhas do Sal (onde chegam os vôos internacionais), São Vicente e Fogo. As diárias variam em torno dos US$ 65. Nos hotéis mais simples e pensões, também recomendáveis, que oferecem possibilidade muito maior de contato com a vida cotidiana no país, os quartos não passam de US$ 20 por noite, incluindo refeição. Esportes aquáticos Ao contrário da ilha da Madeira e das ilhas Canárias, o arquipélago de Cabo Verde continua intocado pelo turismo de massa. A maioria de seus visitantes é atraída pela quase surrealista paisagem vulcânica e pela prática dos esportes aquáticos. Ao lado dos esportes a vela, as possibilidades de mergulho submarino em Cabo Verde têm fama mundial. O pesquisador francês Jacques Cousteau viu e aprovou, segundo o que ele escreveu na obra "O mundo do Silêncio". Seus registros falam de uma fantástica mistura de espécies de peixes tropicais e das águas do norte, "desde lesmas marinhas até peixes-espada e baleias". A temperatura da água é ideal para a variedade da fauna marinha de Cabo Verde. Ela varia entre 21oC e 28oC, durante o ano todo. Ninguém sabe dizer quais são os melhores pontos para mergulho no arquipélago, já que a maior parte da região aquática ainda não foi explorada. Isto torna a aventura ainda mais excitante. Praticamente toda expedição que se aventura pelo mar cabo-verdiano traz novidades para contar. Mas, além de histórias, elas trazem peixes, corais e informações sobre grutas e acidentes no relevo até então desconhecidos. Texto Anterior: Passagens podem ser parceladas Próximo Texto: Águas cabo-verdianas escondem tesouros Índice |
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