São Paulo, sábado, 28 de janeiro de 1995
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Governo reedita MP e deixa os sindicatos fora das negociações

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA'

O governo reeditou ontem a medida provisória que regula a participação dos trabalhadores nos lucros das empresas, excluindo os sindicatos das negociações.
Outra modificação permite que os percentuais dos lucros sejam diferenciados por empresas –mesmo com empregados pertencentes à mesma categoria– e por cargos –dentro da mesma empresa.
A reedição da medida foi a primeira vitória importante do ministro Paulo Paiva (Trabalho), único ministro a defender a MP.
Eram contrários à reedição os ministros Pedro Malan (Fazenda), José Serra (Planejamento) e Clóvis Carvalho (Casa Civil). Para estes ministros, o assunto deveria ser regulado por projeto de lei.
Atualmente, há um projeto neste sentido em tramitação no Congresso, apresentado pelo ex-senador Fernando Henrique Cardoso.
A retirada dos sindicatos das negociações sobre participação nos lucros contraria a opinião de assessores da Previdência Social.
Segundo esses técnicos, sem negociação coletiva com os sindicatos a MP poderá ser usada como instrumento de sonegação fiscal.
As empresas poderão substituir parte dos salários de seus executivos por altas taxas de participação nos lucros, que é isenta de contribuições sociais.
Para os empregados subalternos, as empresas poderiam destinar percentagens mínimas, já que a negociação pode ser individual.

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