São Paulo, sábado, 28 de janeiro de 1995
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Márcio de Souza assume Funarte sem presença de Ferreira Gullar

DA SUCURSAL DO RIO

O escritor Márcio de Souza, 48, tomou posse ontem na presidência da Funarte (Fundação Nacional de Arte). Seu antecessor, o poeta Ferreira Gullar, não compareceu à cerimônia de transmissão do cargo, presidida pelo ministro da Cultura, Francisco Weffort.
Ao ser afastado da presidência da instituição, que ocupou nos últimos dois anos, Gullar havia manifestado seu desagrado. Funcionários da Funarte e personalidades do meio intelectual carioca chegaram a fazer um abaixo-assinado protestando contra sua substituição.
Weffort disse considerar o episódio superado. Souza deu sua opinião. "Com certeza o ministro não vai ter esse problema comigo", disse, referindo-se à relutância de Gullar em aceitar seu afastamento.
Souza afirmou entender a "maluquice" de Gullar. "A esta altura eu deveria estar dando aulas na Universidade de Berkley (na Califórnia, EUA). O desafio aqui foi maior e larguei o curso que daria", disse.
A Funarte tem um orçamento de R$ 13 milhões para 1995. Souza disse ainda não ter projetos para a instituição, mas afirmou que pretende dar preferência àqueles voltados para a população carente.
No fim da tarde, o ministro reuniu-se com os secretários de Cultura dos Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo e das duas capitais, no Palácio Gustavo Capanema.
O objetivo do encontro foi viabilizar propostas de intercâmbio cultural entre os dois principais Estados do país. Weffort deu como exemplo negativo de ação isolada a vinda de Luciano Pavarotti ao Rio. "Ele vem, dá um show e pica a mula. Não acho legal."

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