São Paulo, sábado, 28 de janeiro de 1995 |
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Estádios enfrentam problemas
MARCELO DALMATO
O Morumbi, maior estádio do Estado, foi fechado por problemas na construção. A diretoria do Palmeiras ainda não consertou a parte das arquibancadas que cedeu no Parque Antarctica. A Vila Belmiro, do Santos, passa por reformas e está fechada porque o gramado não está pronto. No Pacaembu, que pode ser privatizado neste ano, o placar eletrônico funciona parcialmente e parte das cadeiras das numeradas teve que ser trocada. Mas o problema mais grave é o do Morumbi. Está fechado por falhas na estrutura e não deve estar pronto até as finais, em agosto. O São Paulo vai tentar liberar parte do estádio durante o Campeonato Paulista. A diretoria do clube planeja uma reforma por partes e pedir a liberação delas ao Contru (Departamento do Controle do Uso de Imóveis) à medida que estiverem prontas. O diretor de Obras do São Paulo, Luiz Cholfe, diz que isso pode ser feito por que o estádio é construído em gomos independentes. Para Cholbe, o Morumbi é como um doente. "Precisamos curá-lo. Agora estamos na fase do diagnóstico. Ainda não sabemos a gravidade do problema." A doença é a existência de rachaduras na colunas que sustentam os dois andares do estádio, as arquibancadas e as numeradas superiores. Elas foram detectadas no dia 13 deste mês. Segundo Cholbe, que é engenheiro de estruturas e professor da Universidade Mackenzie, a previsão inicial é de que a reforma completa do estádio só deverá ficar pronta em 19 meses (final de agosto de 1996). Sem o Morumbi, a principal arena de futebol de São Paulo será o Pacaembu (região central). Só que o estádio tem menos da metade da capacidade do estádio do São Paulo: 40 mil contra 94 mil lugares, segundo as determinações do Contru. O uso de estádio menor tem implicações de vários tipos. Primeiro, cai a renda dos grandes clubes nos clássicos. Com menos lugares, haverá menos ingressos vendidos. A menor oferta de ingressos aumenta a pressão de demanda e favorece a ação dos cambistas. Além disso, torna mais tensa a entrada nos estádios. Para controlar a torcida, a Polícia Militar deverá repetir nos clássicos o esquema adotado nas finais do Brasileiro –uma torcida no meio do campo e outra no tobogã. A estratégia, que inclui a interdição do trânsito na área em volta do estádio, deu certo. Outro desafio é manter o gramado do Pacaembu em ordem. Corinthians e São Paulo disputam no primeiro semestre dois campeonatos (Paulista e Copa do Brasil) e cada time vai disputar de dois a três jogos por semana, metade deles no Pacaembu. "O gramado não aguenta", previne Márcio Aranha, diretor do São Paulo. O caso não é inédito no futebol. Na decisão do Brasileiro de 1992, caíram grades das arquibancadas do estádio do Maracanã, no Rio, causando mortes. O governo do Rio fez uma reforma que durou o segundo semestre. Sem o Maracanã, a média de público no Estadual caiu para 3.000 pessoas. (Marcelo Damato) Próximo Texto: Campos ainda não têm banco para acomodar os 11 reservas Índice |
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