São Paulo, sábado, 28 de janeiro de 1995
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Barão hipnotiza o público juvenil

Show de ontem foi frio como a chuva

LUÍS ANTÔNIO GIRON
DA REPORTAGEM LOCAL

Não se sabe até agora se o Barão Vermelho fez chover ou se tudo não passou de São Pedro.
O fato é que a expressão "fazer chover" não se aplicou ao desempenho da banda. Foi um espetáculo tão frio quanto a água que caiu sobre o público no Pacaembu.
O Barão já é um vulto da pátria porque consegue mobilizar multidões com seus roquinhos básicos e quase sem sal. Pior para a multidão, que dançou animadamente durante 1 hora e 38 minutos.
O grupo se restringiu a desfiar seu repertório de blues viscerais de novela da Globo. O mal-humorado Roberto Frejat cantou onze músicas, de "Bete Balanço" aos últimos baladões hegelianos (o verso "amanheceu o pensamento" lembra a coruja da história do filósofo alemão).
Foi uma sorte o Barão não ter sido eletrocutado pelo equipamento jurássico que utiliza. A banda não decepcionou porque também não havia expectativa sobre ela.
Tocou um feijão-com-arroz, que mais pareceu sopa ao final. É impressionante como o público conhece as letras rebarbativas do Barão. Todos cantam com convicção.
O melhor do show veio depois dele, com o anúncio da desistência de Rita Lee. A chuva tem seu lado compensador, no fim das contas.
(LAG)

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