São Paulo, sábado, 28 de janeiro de 1995
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Seller deve ter decisão em uma semana

DA REPORTAGEM LOCAL

A decisão do Ministério Público Federal sobre a representação contra a corretora e o banco Seller deverá ser dada na próxima semana.
A representação, encaminhada ao Ministério Público pelo Banco Central –liquidante do banco e da corretora–, está sendo analisada pela procuradora da República Janice Agostinho Barreto Ascari.
A representação foi encaminhada pelo liquidante nomeado pelo BC, Geraldo Lima Wandalsen. A procuradora poderá pedir a abertura de inquérito contra os donos do grupo Seller –Nilton José Sobrinho, Júlio Caio Corte Leal e Rubens Tufik Curi.
Além deles, a procuradora pode pedir a abertura de inquérito contra Paulo Frederico Barbosa Costa, operador da corretora e acusado de ser o principal responsável pela fraude contra 32 investidores do banco, liquidado em 18/11/94.
Segundo Lima Wandalsen, as carteiras de ações da corretora Seller na Bovespa foram administradas sem que se cumprissem as ordens de compra ou venda dadas pelos clientes.
A procuradora Janice Ascari também poderá pedir novas diligências, caso julgue necessário. Neste caso, novos documentos seriam acrescidos aos já enviados por Wandalsen.

Prejuízo de R$ 1 mi
Um dos investidores do banco, o industrial Giancarlo Parini, de Sorocaba, perdeu cerca de R$ 1 milhão. Ele aplicava em CDBs.
Em junho de 94 o banco deixou de enviar a Parini as notas de vendas (documento que comprova a compra de um CDB). As operações eram feitas em uma conta do Banco Seller no Unibanco. Segundo Parini, o Banco Seller mudou essa conta várias vezes.
Quando houve a intervenção do BC –o banco Seller solicitou sua auto-liquidação–, Parini pediu ao BC a verificação da existência dos recursos aplicados.
Foi informado, então, que não havia nenhum registro oficial em seu nome. Os recursos tinham sido desviados para uma financeira aberta no Uruguai –a Tarwin Sociedad Anónima.
Parini contratou a advogado Márcio Thomas Bastos para processar os donos do banco. O inquérito está na 2ª Delegacia do Decon. Além disso, o advogado abrirá um processo cível exigindo a inclusão de Parini na massa falida do Banco Seller.
Por causa do prejuízo que sofreu, Parini não consegue pagar os salários dos 40 funcionários de sua indústria química em Sorocaba.

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