São Paulo, sábado, 28 de janeiro de 1995 |
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Peça infantil transforma palco em picadeiro
MÔNICA RODRIGUES COSTA
Concebida originalmente para apresentações de rua, a peça brinca com atrações circenses no palco. A começar pelo cenário, que simula um circo visto de fora, ladeado por duas tendas, uma espécie de alusão ao circo. As tendas são as "casas" de dois palhaços bem engraçados, os atores Alexandre Roit e Hugo Possolo, únicos integrantes do elenco, que também assinam o roteiro e a direção de "Bem Debaixo do Seu Nariz". Eles fazem parte do grupo Parlapatões, Patifes e Paspalhões e exibem a mesma mestria no estilo cômico da outra peça em que atuam em São Paulo, "Sardanapalo", dirigida a adultos. O espetáculo é montado a partir de citações dos números de circo. Os atores têm domínio total sobre o que fazem –e sobre o público–, apesar do aparente improviso. Representam aquelas conversas longas e repetitivas, próprias dos palhaços, e exibem números tradicionais do picadeiro. As exibições de malabarismo demonstram o bom preparo técnico dos atores, sozinhos ou atuando em dupla. As piadas são ditas com graça. O texto é imaginoso e rico de recursos metalinguísticos. Os atores não perdem uma deixa para fazer trocadilhos, estrutura verbal explorada ao máximo. Para uma pergunta de um palhaço (Roit), há a resposta imediata do outro (Possolo), que recita "nonsenses": "Fica ou vai/ tanto fez/ tanto faz/ raio laser/ ou lampião a gás". O diálogo flui em meio aos encontrões típicos, às ameaças de interromper o show, às apresentações intermináveis: "Senhoras e senhores, vem aí um malabarista de nome internacional/ ...de fundo de quintal", "...de primeira linha/ ...com cara de galinha". É muito divertido. Peça: Bem Debaixo do Seu Nariz Elenco: Alexandre Roit e Hugo Possolo Onde: Centro Cultural São Paulo, sala Paulo Emílio (r. Vergueiro, 1.000, tel. 011/277-3611, ramal 250) Quando: sábados e domingos, às 16h, até 26 de fevereiro Quanto: R$ 4 Texto Anterior: Falta critério à grafia dos nomes Índice |
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