São Paulo, sábado, 28 de janeiro de 1995
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Sai na França diário integral de Nijinski

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O diário do bailarino russo Vaslav Nijinski foi publicado na França, com trechos até agora inéditos, sob o título"Cadernos". O texto, escrito por Nijinski aos 29 anos, registra o período em que ele já percebia que estava à beira da loucura. O texto serve de base também para um espetáculo montado pela Ópera da Bastilha, em Paris.
O diário de Nijisnki já havia sido publicado em uma edição em inglês, em 1936, mas em uma versão censurada por sua mulher, Romola. Ela tirou do texto todas as referências sexuais que a incomodavam.
Cortou, por exemplo, todas as partes que Nijinski dedicava a seu empresário e amante Diaghilev, as páginas em que descrevia cenas de seu masoquismo sexual e as fantasias com que se masturbava.
O diário de Nijinski começa no dia 19 de janeiro de 1919. Nessa data, ele dançou pela última vez em público, na Suíça. Já começava a dar sinais de perturbação mental –acreditava que Deus falava através dele.
As últimas anotações estão datadas em 4 de março do mesmo ano, pouco antes de seguir para uma clínica em Zurique. Com o diagnóstico de "esquizofrenia", o bailarino vagou de hospital em hospital até a morte, em 1950.
No espetáculo da Ópera da Bastilha, "O Diário de Nijinski", o bailarino é interpretado pelo ator Redjep Mitrovitsa. Vestido com uma túnica branca, mostra a vida desregrada de Nijinski, o "príncipe do balé russo", e encena os momentos em que ele percebia que sua consciência estava oscilando para a loucura.

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