São Paulo, domingo, 29 de janeiro de 1995
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Pacaembu naufraga na primeira noite

DA REPORTAGEM LOCAL

O estádio do Pacaembu naufragou na primeira noite do Hollywood Rock. Banheiros, postos médicos, escadas e lanchonetes entraram em colapso durante a tempestade que despencou anteontem sobre a cidade.
Foram quase seis horas de muita água e lama. O temporal começou por volta das 19h40. Mas ganhou força logo depois, quando o Barão Vermelho ainda estava no palco. E só diminuiu à 1h10, pouco antes dos Rolling Stones voltarem ao palco para o bis, tocando "Jumpin' Jack Flash", a última música da noite.
As escadarias que ligam o gramado às arquibancadas transformaram-se em cachoeiras, dificultando o sobe e desce do público.
Muita gente se comprimiu nos corredores do anel superior do estádio, um dos poucos lugares cobertos no Pacaembu.
Enormes poças cobriam a pista que circunda o campo de futebol. Quem arriscasse caminhar por ali acabava patinando na lama, com os calcanhares submersos.
Pior situação enfrentaram aqueles que resolveram ir às lanchonetes. Se não sucumbiam diante do mau cheiro, tinham que aturar água na altura dos joelhos.
Quadro parecido aguardava os que se aventuravam por banheiros e postos médicos.
Ensopado, parte do público deixou o estádio antes de Mick Jagger pisar o palco.
A PM calcula que, às 21h, havia 35 mil pessoas no Pacaembu. Menos de duas horas depois, o número caiu para 30 mil. No fim da noite, o público beirava os 25 mil.
Quem preferiu ficar se abrigou da tempestade como pôde. Alguns arrancaram os tapumes que protegiam a grama e os usaram como cabaninhas.
Outros esvaziaram os balões gigantes que traziam mensagens publicitárias e os cortaram em pedaços. Com os retalhos, improvisaram capas de chuva.
Outra opção era comprar capas de chuva de plástico transparente vendidas por ambulantes. O preço variava entre R$ 3,00 e R$ 5,00.
Houve, porém, quem conseguiu arrancar diversão do caos. Enquanto os Stones se apresentavam, muitos fãs festejavam sapateando nas poças d'água ou promovendo guerra de lama.

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