São Paulo, domingo, 29 de janeiro de 1995 |
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E começa outra experiência no Paulista
ALBERTO HELENA JR.
A bem da verdade, ele se manteve inalterado até meados dos anos 70, quando o chamado Clube dos Treze, ou a revolução dos pequenos, tomou o poder na Federação. Antes, o campeonato seguia o padrão inglês (e universal), de pontos corridos, ou melhor, pontos perdidos –aquele que perdesse menos pontos ao longo dos dois turnos estava eleito campeão. Assim foi em quase todo o período amadorístico e até mesmo quando pintou o profissional, no raiar dos anos 30. A entidade que dirigia o futebol cindia-se; chegava-se até a disputar dois torneios paralelos, mas o sistema praticamente era o mesmo, com uma ou outra exceção. Pois bem: a partir dos anos 40, quando os clubes se reuniram em torno da Federação Paulista de Futebol, já sob o comando de Roberto Gomes Pedrosa, a única alteração surgiu no final da década, com a criação da Lei do Acesso e Descenso. Até então, eram 11 clubes, quase todos da capital, com exceção de Santos, Jabaquara e Portuguesa santista, do litoral, que seguiam um programa rígido: jogo duro entre o trio de ferro e goleada nos pequenos. Com a Lei do Acesso, a situação dos grandes começou a engrossar, pois o times do interior vinham dispostos a fazer boa figura. Mas essa disposição só passou a se transformar em realidade com a Ferroviária de Dudu, Bazzani e cia. no início dos anos 60, para, a partir de 70, explodir, com Guarani e Ponte, Inter e Bragantino, XV e Botafogo. Na verdade, o boom dos pequenos começou um pouco antes da tomada do poder por seus representantes, à época liderados por José Ferreira Pinto Filho, presidente do Juventus. E as mudanças nas fórmulas e regulamentos do campeonato deram-se com Metidieri presidente. Numa primeira tentativa, para se resgatar o valor do gol, a vitória por mais de três tentos passou a valer três pontos, o que considero, na verdade, mais estimulante que os atuais três pontos por uma simples vitória de 1 a 0. Foi um sucesso, sobretudo com os campeões dos turnos disputando entre si o título. A presença média de público subiu de 6.000 espectadores para 13 mil. Mais que o dobro. Depois, porém, exatamente porque o poder político ficara com os pequenos, começou-se a alterar a fórmula do campeonato, inventando-se expedientes que pudessem recuperar chances de perdedores, tipo repescagem, que contaminou o Brasileiro e o escambau. E o despautério seguiu até o ano passado (na verdade, nos 80 também tentou-se uma experiência com os pontos corridos). Agora, é a hora de começarmos a colocar a cabeça no lugar. Nem pontos corridos, nem repescagens. Que vençam os melhores, em breves e alucinantes disputas. Esse é o caminho. Texto Anterior: Índio preocupa preparador Próximo Texto: Clubes investem para tentar títulos regionais Índice |
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