São Paulo, domingo, 29 de janeiro de 1995
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Diploma falso abala 2 ministros mexicanos

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Vários altos funcionários do governo mexicano ostentam em suas biografias oficiais títulos universitários que não receberam, diz reportagem do jornal "Reforma".
Pelo menos dois ministros e três vice-ministros do gabinete do presidente Ernesto Zedillo aparecem no Dicionário Biográfico do governo mexicano com títulos de mestrado ou doutorado de universidades de prestígio, embora não tenham direito a eles.
As revelações foram feitas poucos dias depois da renúncia do ministro da Educação, Fausto Alzati, provocada pela divulgação, pelo próprio "Reforma", de que ele afirmava falsamente ter um título de doutor.
O ministro do Trabalho, Santiago Oñate, aparece no Dicionário Biográfico como mestre em ciências econômicas pela London School of Economics e doutor em direito e sociologia pela Universidade de Wisconsin (EUA).
O "Reforma" apurou junto às duas instituições que Oñate não completou nenhum dos cursos, embora tenha frequentado aulas.
A ministra Silvia Hernández (Turismo) também não tem direito ao título de mestrado em administração pública pela London School of Economics que o dicionário oficial diz que ela possui. A universidade disse ao jornal que ela deixou a instituição em 1972 sem fazer os exames finais.
Segundo o "Reforma", os vice-ministros que incorrem na mesma falsidade são Decio de María (Comércio), Juan Rebolledo (Relações Exteriores) e Manuel Rodríguez (Administração).
"Se antigamente a palavra 'bacharel' permitia subir na escala social e profissional, agora é o título de 'doutor' que se tornou equivalente a uma posição na hierarquia da aristocracia britânica", ironizou o "Reforma".
Ouvida pelo jornal, Dorotea Schael, diretora da Unidade de Crônica Presidencial (responsável pelas publicações da chefia do governo), disse que "não é válido afirmar, a partir dos dados registrados no Dicionário, que um funcionário público possui um título profissional –nem que esse funcionário faz uso indevido dos títulos ou graus acadêmicos".
No governo anterior, presidido por Carlos Salinas de Gortari, a mesma acusação abalou a reputação do secretário-chefe da Presidência, José Córboba. Ele não chegou a perder o cargo.

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