São Paulo, domingo, 29 de janeiro de 1995
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Grupos contrários temem pela imagem

DANIELA ROCHA
DE NOVA YORK

Apesar de o aborto ser legal em todo o país, os EUA têm dois grupos rivais e ativos sobre a questão. O Pro-Life (Pró-Vida), contrário ao aborto, e o Pro-Choice (Pró-Escolha), favorável.
Segundo Serrin Foster, da Feminists for Life of America (Feministas pró-Vida da América), o movimento Pro-Life terá que revisar sua conduta. "O risco que corremos é que a população relacione o movimento aos atentados."
O arcebispo de Nova York, John Cardinal O'Connor, é um dos maiores opositores do aborto na igreja católica.
Durante um sermão na catedral de St. Patrick, no último dia 8, ele afirmou que os atentados a clínicas de aborto buscam enviesar a ação de milhares de integrantes do Pro-Life que advogam a causa antiaborto de forma pacífica.
"Peço que os atos inconscientes de alguns não sejam julgados como um todo", disse o arcebispo.
Os grupos favoráveis ao aborto acusam o Pro-Life de realizar uma campanha violenta antiaborto.
A presidente do Feminist Majority Foundation (Fundação da Maioria Feminista), Eleanor Smeal, divulgou no dia 19 de janeiro lista de integrantes da American Coalition of Life Activists (Coalizão Americana de Ativistas da Vida) que "são favoráveis ao uso da força".
Em documento intitulado "Lobos em Pele de Cordeiro", Smeal acusa organizações antiaborto que se dizem pacíficas de terem outro lado. "Muitos líderes da coalizão consideram o homicídio de médicos que fazem aborto justificável", afirmou.
Por sua vez, a coalizão divulgou na semana passada uma lista com nomes e endereços de 12 médicos que praticam abortos, sob o título Culpados de Crimes Contra a Humanidade.
Vários deles já estão em cartazes de Procurado –dois médicos assim expostos já foram assassinados.
O presidente da Liga Católica pela Religião e Direitos Civis, William Donohue, mandou publicar nos jornais nova-iorquinos carta aberta ao presidente Bill Clinton pedindo o fim do anticatolicismo.
"Vimos católicos pela Pro-Choice serem convidados à Casa Branca e consideramos que o governo tem tendências anticatólicas. Pedimos que isso seja combatido", diz trecho.
Os grupos ligados ao Pro-Choice e ao Pro-Life atuam em protestos, realizam palestras e campanhas nas ruas, recolhendo assinaturas e fundos.
(DR)

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