São Paulo, segunda-feira, 30 de janeiro de 1995
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USP desenvolve 'dentadura da fala'

LUIZ MALAVOLTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BAURU

O Hospital de Reabilitação da USP (Universidade de São Paulo), em Bauru (345 km a noroeste de São Paulo), desenvolveu uma "dentadura da fala".
Ela é destinada a pessoas que perderam o palato (céu-da-boca) pelo câncer, acidentes ou são portadores de malformações.
A professora Maria Inês Pegoraro Krook, 33, da USP, disse que a falta do palato faz o ar escapar pelo nariz, distorcendo a fala e transformando a voz em um "som fanhoso" de difícil entendimento.
Outro problema é a dificuldade que a pessoa tem para comer, pois a inexistência do céu-da-boca prejudica a mastigação. "Com a prótese, a pessoa volta a falar e mastigar normalmente", diz Maria Inês.
As pesquisas sobre a "dentadura da fala" começaram em 1990 e foram realizadas em conjunto com a Universidade da Flórida (EUA).
A USP já produziu 60 próteses que foram testadas em pacientes. A partir de agora, a "dentadura" será usada em casos que não permitem cirurgias corretoras.
Maria Inês diz que a dentadura também mutilados. Hoje, a maioria das malformações é corrigida por intermédio de cirurgias plásticas, feitas pela USP de Bauru.
As cirurgias, no entanto, não resolvem os problemas de pessoas mutiladas por operações para extirpar câncer de boca e garganta.
"Nesse caso, a dentadura da fala é o único jeito de se recuperar a fala normal, pois as plásticas não resolveriam", afirmou.
A pesquisadora disse que para fazer esse tipo de prótese é preciso usar os serviços de um dentista, um protético e um fonoaudiólogo.
Segundo ela, a dentadura tem de se adaptar ao paciente e garantir o restabelecimento do "aparelho fonador", que processa a voz.
Seu custo é baixo, segundo a pesquisadora. O Hospital de Reabilitação diz que cada prótese custa em média R$ 60. Na USP, o paciente não paga pelo tratamento ou pela prótese, que é gratuita.

Os interessados em obter uma "dentadura da fala" devem se dirigir ao Hospital de Reabilitação de Bauru (r. Sílvio Marchione, 3-20) ou pelo tel. (0142) 24.3177.

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