São Paulo, segunda-feira, 30 de janeiro de 1995
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Sorvetes a dar com o pau

MARCELO CHERTO; MARCUS RIZZO

MARCELO CHERTO e MARCUS RIZZO
O mercado brasileiro de sorvetes ainda tem muito para crescer. Afinal, nosso consumo "per capita" tem estado por volta de 1,2 litros por ano, contra mais de 22 litros dos americanos.
E as franquias estão aqui para ajudar os fabricantes de sorvetes a elevar esse volume.
Existem várias redes em funcionamento e outras surgem a cada mês. Já operam as franquias da Planet Ice Cream, La Basque, Gelaguela e várias outras.
A Caramba há anos ensaia entrar de cabeça no tema e mais dia menos dia vai partir para a adoção do sistema. Até por fala de outras alternativas para crescer com rapidez e pouco investimento e porque o franchising é o caminho mais lógico para se atuar no varejo.
Quando a gente acha que já viu de tudo em termos de sorveteria, dá de cara com um novo tipo de franquia do gênero.
Semana passada, rodando por Porto Alegre em companhia de Mirian Senoi, sócia e diretora da Cherto & Rizzo, e de nossos clientes das farmácias Drobel, esbarramos com um novo conceito que se tornou superpopular lá pelo Sul, mas ainda é desconhecido em São Paulo: os "buffets de sorvete".
Na verdade, sorveterias por quilo. Há inúmeras lojas do tipo, grandes e pequenas, operando com as mais diversas marcas, em boa parte franquias de empresas da própria região.
A coisa funciona mais ou menos como num restaurante de comida por quilo, desses que há às dúzias nas grandes capitais. Só que servindo apenas sorvetes e complementos. Há um balcão longo, que começa com uma prateleira (parte estufa) onde o cliente escolhe o recipiente que mais lhe agrada, entre copinhos plásticos de diversos tamanhos e casquinhas artesanais.
Em seguida, vem uma bateria de balcões refrigerados, com 20 a 30 sabores diferentes de sorvetes, dos quais o cliente se serve à vontade com colheres especiais que ficam mergulhadas em cubas com água corrente, por razões de higiene.
Depois, vem outros balcões com dezenas de tipos de coberturas e complementos, de farofinha doce a "marshmellow", de biscoitinhos a palitos de chocolate, de bombons a granulado, sem esquecer as coberturas líquidas, tanto frias, como quentes.
O consumidor pode se servir de tudo nas quantidades que bem entender. E o leitor pode apostar que a gente acaba comendo muito mais do que devia. Podemos afirmar isso por experiência própria.
No final, está o caixa, onde o cliente pesa e paga pela gororoba toda, a um preço médio, segundo pudemos verificar, de R$ 0,95 cada 100 gramas.
Pelo que soubemos as praias próximas à capital gaúcha estão infestadas de lojas do gênero, desde pequenos "bolichos" esculhambadinhos até grandes lojas chiques.
Já demos um toque no pessoal da Kibon, na esperança de que eles tragam (ou incentivem alguém a trazer) esse conceito para São Paulo.
Se o fizerem (e ainda mais com a qualidade dos sorvetes que produzem), podem contar com pelo menos dois clientes de carteirinha: nós.

MARCELO CHERTO é diretor da Cherto & Rizzo Franchising. MARCUS RIZZO é presidente do Instituto Franchising. Os dois são professores da FGV e da Franchising University e autores de diversos livros sobre franchising.

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