São Paulo, segunda-feira, 30 de janeiro de 1995
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Denoyr de Oliveira filma na Vera Cruz

FABÍOLA SALANI
DA FOLHA ABCD

A partir dessa semana, o pavilhão B da extinta Companhia Cinematográfica Vera Cruz, em São Bernardo, voltará a funcionar como estúdio de cinema.
O diretor Denoyr de Oliveira ("Baiano Fantasma"), 60, reservou o pavilhão até o dia 6 de março para realizar as filmagens de "A Grande Noitada".
Será um longa-metragem protagonizado por Ney Latorraca e Esther Góes sobre um rico industrial que vive um grande amor depois de morto. As filmagens começam no dia 18 de fevereiro.
A última vez que o pavilhão B havia sido utilizado para esse fim foi no primeiro semestre de 93, quando o diretor Ugo Georgetti filmou o longa-metragem "Sábado" no local.
Segundo o coordenador de Esportes e Turismo da Prefeitura de São Bernardo, José Giolo Neto, 46, esse pavilhão é o mais preparado para esse tipo de atividade.
"Esse galpão menor está revestido com material acústico e tem lugares prontos para a colocação das câmeras", afirmou.
Segundo Giolo Neto, o material para a produção da fita chega nesta semana, para que as filmagens possam começar. A intenção da prefeitura é reservar o pavilhão menor da Vera Cruz, com cerca de 500 metros quadrados, para a produção de filmes.

Acervo
O acervo da extinta Companhia Cinematográfica Vera Cruz será doado para a cidade de São Bernardo, segundo a assessoria de imprensa da prefeitura.
A decisão foi tomada na semana passada, em uma reunião de cerca de uma hora entre o prefeito Walter Demarchi (PTB) e os empresários Mohamed e Nahmed Ali Saifi, donos do acervo e do sítio onde o material está guardado.
Na reunião ficou acertado que haverá um convênio com o empresário João Roman, do Centro de Pesquisa e Documentação Histórica de Taubaté, que coordenará a restauração do acervo.
As cláusulas da doação e do convênio serão acertados entre os Saifi, Roman e a prefeitura em uma reunião hoje junto com a Secretaria de Assuntos Jurídicos de São Bernardo.

Restauração
A assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Cultura informou que o convênio para a restauração do estúdio da Vera Cruz está sendo reavaliado. De acordo com a assessoria de imprensa, não há verba reservada para a restauração, o que exige essa reavaliação.
A restauração de todo o acervo deve durar dez anos, com custo previsto de R$ 600 mil. O acervo conta com 2.500 peças pertencentes à antiga companhia, entre elas mil rolos de filmes, comerciais, máquinas, filmadoras, manequins, roupas, material de sonoplastia e um calhambeque que era usado por Mazzaroppi em seus filmes.
A prefeitura e Roman devem procurar patrocínio para conseguir o dinheiro.
Os responsáveis pelo acervo devem começar um cadastramento das peças. A prefeitura espera que em agosto as peças em boas condições possam ser exibidas no Pavilhão Vera Cruz, que foi utilizado na produção de filmes quando a companhia cinematográfica existia. A exposição aconteceria durante as comemorações do aniversário da cidade.
O acervo, que está sendo doado, pertenceu antes ao ex-técnico da Vera Cruz Jordano Martinelli, que até 1992 era dono do sítio onde as peças estão atualmente.

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