São Paulo, segunda-feira, 30 de janeiro de 1995
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Brasil discute envio de missão de paz

ALBERTO FERNANDES; FERNANDO GODINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O recrudescimento dos combates na fronteira do Peru com o Equador provocou ontem uma reunião emergencial em Brasília do ministro-interino das Relações Exteriores, Sebastião do Rego Barros, com diplomatas brasileiros.
Os representantes do Chile, Argentina e Estados Unidos participavam por telefone da reunião e mais tarde poderiam chamados para decidir medidas emergenciais com o objetivo de mediar o fim dos combates.
O embaixador do Peru, Hugo Palma Valderrama, disse ontem à Folha que seu país ainda não decidiu se aceitará o envio da missão. O governo equatoriano aceitou imediatamente a proposta.
Na noite de sábado, Rego Barros informou que os quatro países enviarão duas missões de paz ao Peru e ao Equador.
Segundo ele, ainda não foi decidido se as missões de paz serão compostas por diplomatas ou por militares. Também não está definida a data de partida.
Estes dois assuntos seriam discutidos na reunião que começou no final da tarde de ontem.
Brasil, Argentina, Chile e EUA são os grantidores pelo Protocolo do Rio de Janeiro, que foi assinado em 1942 e definiu a fronteira entre o Peru e o Equador.
Pelo tratado, se comprometem a procurar soluções negociadas para os conflitos na fronteira.
Anteontem, o presidente Fernando Henrique Cardoso falou sobre o assunto, por telefone, com Alberto Fujimori (Peru) e Sixto Durán-Ballén (Equador).
Fernando Henrique se colocou à disposição para prestar qualquer colaboração pela paz.
A decisão por essa tentativa de paz foi tomada no sábado, em reunião entre diplomatas do Brasil, EUA, Argentina e Chile.
As agressões mais recentes entre os dois países se iniciaram no último dia 9.
Em 1981, conflito semelhante entre Peru e Equador foi solucionado pacificamente através de missões dos quatro países signatários do Protocolo do Rio.

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