São Paulo, terça-feira, 31 de janeiro de 1995 |
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Guerra sem crédito
NELSON DE SÁ
Mas não adianta, que a CNN, sobretudo na transmissão internacional, em inglês, não consegue levar o conflito muito a sério. Ontem, ganhavam destaque as curiosidades, como o desconto de dois dias no salário dos servidores públicos do Equador, para bancar a guerra. Mais tarde, em entrevista ao vivo com embaixadores dos dois países, o foco de atenção não foram mortes ou outros horrores semelhantes, de toda guerra. Foi o fato de "analistas políticos sugerirem que o conflito pode ter algo a ver com a campanha do presidente Alberto Fujimori para ser reeleito". O embaixador peruano, claro, negou, com argumento rápido. "Não faz sentido, pela simples razão de que o presidente lidera nas pesquisas com uma margem de mais de 20% sobre seu oponente. Nós não estamos interessados em criar atmosfera para ganhos eleitorais ou ganhos políticos." Por outro lado, ainda não foi desta vez que o Brasil surgiu reconhecido, ao menos na CNN, como o líder da América Latina. Registrou-se a reunião de hoje no Rio, mas como uma iniciativa ampla, sem sequer citar o Brasil. E ainda acentuou-se, pelo lado peruano, a participação da OEA e até mesmo do Conselho de Segurança da ONU. Nada de "Peru e Equador aceitam a mediação do Brasil", como anunciavam telejornais brasileiros, ontem. Lula – Luiz Inácio Lula da Silva sai da corrida pela Presidência da República. – Pode ser só conversa da boca para fora. – Leia-se, ele é candidato. Texto Anterior: Partidos vão divididos à reunião com FHC Próximo Texto: Escolha de gabinetes vira guerra dos sexos Índice |
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