São Paulo, terça-feira, 31 de janeiro de 1995
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Petistas querem debater reforma com FHC

FLÁVIA DE LEON; DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os deputados e senadores do PT querem tomar a dianteira e procurar o presidente Fernando Henrique Cardoso para discutir a reforma da Constituição.
O partido já definiu que não aceita mudanças nos monopólios considerados estratégicos, como petróleo e comunicações, mas quer apresentar propostas nas áreas tributária e fiscal.
O presidente do PT, Rui Falcão, e Luiz Inácio Lula da Silva preferem esperar que o governo tome a iniciativa e convide o partido para a discussão.
"Estamos dispostos a sentar e negociar com o governo", afirmou o líder do PT na Câmara, José Fortunati (RS). "Estamos mais do que dispostos, queremos sentar com o governo para definir a reforma", disse o deputado Paulo Bernardo (PR).
Para debater as mudanças, os parlamentares petistas pensam em duas hipóteses: discutir os projetos de emenda apresentados pelo governo ou apresentar as suas próprias emendas, especialmente nos casos em que não há possibilidade de acordo.
As propostas do partido começaram a ser discutidas no seminário, iniciado ontem, com a futura bancada no Congresso, prefeitos e os dois governadores –Vítor Buaiz (ES) e Cristovam Buarque (DF).
Bernardo afirmou que se o partido não discutir agora suas propostas com o governo corre o risco de ser atropelado na reforma constitucional. "Quando olharmos no horizonte só vamos ver tratores passando por cima da gente", afirmou o deputado.
Os participantes do fórum não levaram propostas conclusivas, apenas idéias gerais sobre o que o partido deve ou não discutir.
A estabilidade do funcionalismo público, por exemplo, é um tema que vai gerar polêmica, já que o PT sempre a defendeu.
O governador Vítor Buaiz, no entanto, considera que o partido precisa discutí-la. "O grande problema da administração pública é o clientelismo e, num Estado do tamanho do Espírito Santo, temos 70 mil funcionários", disse.
O partido está unido em alguns temas: não aceita, em nenhuma hipótese, privatizar os setores do petróleo, energia, comunicações e a Previdência Social.

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