São Paulo, terça-feira, 31 de janeiro de 1995
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Administrador é demitido

CLAUDIO AUGUSTO
DA REPORTAGEM LOCAL

O administrador regional de Pirituba, Nélson Américo de Godoy, foi demitido ontem pelo prefeito Paulo Maluf por causa da explosão que matou 15 pessoas em Pirituba.
Além dele, Armando José Salomão Júnior (supervisor de Uso e Ocupação do Solo), Fernando Sales (chefe de Fiscalização) e Carlos da Silva Ceron (agente vistor) também foram afastados de suas funções.
Godoy disse que não tinha conhecimento oficial da decisão do prefeito. "Por isso, fica difícil falar sobre o assunto." Os outros demitidos não foram localizados pela reportagem.
Para Maluf, o responsável pela explosão em Pirituba foi "quem levou pólvora para lá". Ele disse que a demissão do administrador regional não implica que a prefeitura admita ter culpa no caso.
"A prefeitura tem sido acusada de ser rigorosa, não de ser omissa", afirmou Maluf. Ele citou a interdição do Morumbi pelo Contru (Departamento do Controle do Uso de Imóveis) como um exemplo do que considera rigor do Executivo.
"Poderia ter acontecido uma tragédia neste espetáculo dos Rolling Stones", afirmou o prefeito. "Fomos muito criticados quando interditamos o estádio e agora o próprio São Paulo admitiu que falta segurança."

Superblitz
A partir de hoje, o Contru começa uma superblitz em todas as lojas que comercializam fogos de artifício. "Vamos fechar as irregulares", disse Maluf.
O secretário municipal da Habitação, Lair Krahenbuhl, informou que o Contru também vai fiscalizar os postos de gasolina que vendem GLP (gás de cozinha). "O GLP é muito mais perigoso do que a pólvora."
Maluf sugeriu às vítimas da explosão que entrem na Justiça contra o proprietário da loja que vendia fogos de artifício de maneira irregular. "É o que a prefeitura vai fazer."
O prefeito pediu à população que denuncie os pontos de venda de fogos de artifício que armazenam o produto sem condições ideais de segurança.

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