São Paulo, terça-feira, 31 de janeiro de 1995
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Peso mexicano tem queda de 14,7%

CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A DAVOS

A hipótese de uma moratória do México no pagamento de sua dívida, se não for imediatamente aprovado o pacote de ajuda proposto pelo governo norte-americano, acendeu todos os sinais de alarme entre empresários, investidores e governantes mundo afora.
Ontem o peso sofreu desvalorização de 14,7%. O dólar passou de 5,80 para 6,80 pesos. As Bolsas sofreram queda. No méxico, de 3,47% (até 14h), em Nova York, de 0,67%, na Argentina, de 4,79), em São Paulo, de 5,3% e no Rio, 5,9%.
A moratória mexicana ganhou o título principal da edição de ontem do jornal "The International Herald Tribune", editado em Paris e impresso, simultaneamente, em outras 11 capitais, de Tóquio a Nova York.
A informação agitou o ambiente no Centro de Congressos de Davos, a cidadezinha suíça que abriga anualmente o Fórum Econômico Mundial.
"Não consigo ver como o México vai lidar com essa situação, sem assistência externa", disse à Folha o mega-investidor George Soros.
Todos ligavam para Washington, em busca de novidades sobre o pacote de US$ 40 bilhões de dólares com o qual o presidente Bill Clinton tenta salvar o México da quebra.
Os retornos foram coincidentes: o pacote só passa se for alterado. Uma das alterações será uma redução no montante proposto por Clinton.
Steve Hanke, economista da John Hopkins University que quer vender ao México a idéia da "currency board" (ver texto abaixo), falou com o senador Jesse Helms, presidente da poderosa Comissão de Relações Exteriores do Senado.
Depois contou à Folha que Helms lhe assegurara que o pacote não passaria, a menos que houvesse modificações na forma (não especificadas).
Também de fontes diretas e não apenas pelo telefone, as informações apontavam enormes dificuldades para o pacote passar.

LEIA MAIS
Sobre a crise mexicana nas págs. 2-5 e 2-6

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