São Paulo, terça-feira, 31 de janeiro de 1995
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México pode copiar Argentina

CLÓVIS ROSSI
DO ENVIADO ESPECIAL A DAVOS

O México analisa a possibilidade de adotar o sistema de "currency board" ("caixa da moeda"), seguindo o modelo argentino.
"Funciona tão bem que parece que o México vai adotá-lo", deixou escapar o presidente da Argentina, Carlos Menem. O ministro mexicano do Comércio e Indústria, Hermínio Blanco Mendoza, confirmou implicitamente a hipótese ao dizer que seu governo "está considerando diferentes alternativas, mas não chegou a uma decisão".
Steve Hagen, o especialista norte-americano que inspirou o sistema argentino, diz que o México tem todas as pré-condições necessárias para adotar o mecanismo. Precisaria de reservas de cerca de US$ 10 bilhões, que é o total de moeda em circulação, mais os depósitos bancários no Banco Central Hagen calcula que as reservas mexicanas sejam de US$ 5 bilhões (dado provavelmente desatualizado). O restante, segundo Hagen, pode ser obtido junto ao FMI, utilizando-se de lei norte-americana de 93.
A lei diz que é "apropriado" elevar a cota dos EUA no FMI para tornar os recursos disponíveis para "apoiar a estabilidade monetária em países-membros por meio da instrumentação da currency board".
Mas o México não é o único país latino-americano que se interessou pelo modelo.
No domingo, Carlos Bernardez, presidente do Fundo de Investimento da Venezuela, conversou com Hanke a respeito, que depois comentou:
"O presidente Rafael Caldera sabe perfeitamente das dificuldades da Venezuela e das alternativas para enfrentá-las".
Também a Russia tem interesse no mecanismo. "A idéia está sob séria consideração", disse, em Davos, Anatoly Chubais, vice-primeiro-ministro.

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