São Paulo, terça-feira, 31 de janeiro de 1995
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México volta a derrubar Bolsas de Valores

FIDEO MIYA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os conflitos armados entre o Peru e o Equador aumentaram o clima de turbulência no mercado financeiro, somando-se à boataria de que o México estaria na iminência de declarar moratória.
O pânico voltou a dominar os pregões das Bolsas de Valores, que fecharam ontem em baixa de 5,3% em São Paulo e de 5,9% no Rio de Janeiro. O índice da Bolsa paulista chegou a despencar 9,6% durante o período da manhã, recuperando-se a partir das 15h00, após a pausa para o almoço.
Segundo os analistas e operadores do mercado, o fator determinante das quedas das Bolsas foram as resistências que o presidente dos EUA, Bill Clinton, enfrenta no Congresso norte-americano para a aprovação da ajuda financeira de US$ 40 bilhões para o México. Ou seja, o conflito entre Peru e Equador foi um fator secundário, que contribuiu para aumentar o pessimismo em relação aos países da América Latina.
Hoje é um dia de importantes definições. No México, o governo local vai testar a disposição dos bancos internacionais em comprar pelo menos uma parcela dos títulos (Tesobonos) que vencem amanhã, enquanto nos EUA, o Comitê de Mercado Aberto do Fed (banco central norte-americano) se reúne para decidir se aumenta ou não os juros.
No Brasil, o governo brasileiro também realiza megaleilões. De manhã, o Banco Central vai colocar à venda títulos no valor de R$ 9,2 bilhões (R$ 4,49 bilhões de papéis cambiais com prazos de três, seis e 24 meses; R$ 1,5 bilhão de Letras Financeiras do Tesouro com prazo de um ano; e R$ 3,24 bilhões de Letras do Tesouro Nacional de 61 e 90 dias).
À tarde, o BC volta oferecendo BBCs (Bônus do Banco Central) no valor de R$ 6,5 bilhões.
No mercado de câmbio, o dólar comercial chegou a ser negociado ontem a R$ 0,849 para venda, com alta de 0,47%. Mas a oferta de dólares dos exportadores por meio das operações de ACC (Adiantamentos de Contratos de Câmbio) fez a cotação recuar no fechamento para R$ 0,843.
Até a última sexta-feira, segundo dados do BC, o saldo acumulado da entrada líquida de divisas nas operações comerciais (exportações menos importações) era de US$ 214 milhões. Mas o saldo total ainda era negativo em US$ 1,438 bilhão, por causa do déficit nas operações financeiras.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, anteontem, em média, 0,122%. A taxa média do over, segundo a Andima, foi de 4,50% ao mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), ainda segundo a Andima, a taxa média foi de 4,54% ao mês.

CDB e caderneta
As cadernetas que vencem no próximo dia 1º rendem 2,6118%. CDBs prefixados negociados ontem: entre 53,20% e 54,00% ao ano para 31 dias. CDBs pós-fixados de 120 dias: 15,5% ao ano mais a variação da Taxa Referencial.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: segundo a Andima, a taxa média foi de 5,81% ao mês. Para 31 dias (capital de giro): entre 75,5% e 161% ao ano.
No exterior
Prime rate: 8,50% ao ano. Libor: 6,50% ao ano.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: baixa de 5,3%, fechando com 35.807 pontos e volume financeiro de R$ 221,788 milhões. Rio: baixa de 5,9%, fechando com 16.986 pontos e volume financeiro de R$ 12,786 milhões.
Bolsas no exterior
Em Nova York, o índice Dow Jones fechou em 3.832,08 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 18.752,88 pontos. Em Londres, o índice Financial Times fechou a 2.263,50 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,842 (compra) e R$ 0,843 (venda). Segundo o Banco Central, na média o dólar comercial foi negociado ontem a R$ 0,845 (compra) e R$ 0,847 (venda). "Black": R$ 0,840 (compra) e R$ 0,850 (venda). "Black" cabo: R$ 0,847 (compra) e R$ 0,850 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,830 (compra) e R$ 0,860 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: baixa de 0,78%, fechando a R$ 10,22 o grama na BM&F.

No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres, o dólar cotado a 1,5930 libra. Em Frankfurt, a moeda norte-americana foi cotada a 1,5083 marco alemão. Em Tóquio, a cotação foi de 99,18 ienes. Em Nova York, a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 376,80.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para janeiro fechou em 3,48% e para fevereiro a 3,43% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para fevereiro ficou em 35.600 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para janeiro fechou a R$ 0,843 e para fevereiro a
R$ 0,861.

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