São Paulo, terça-feira, 31 de janeiro de 1995
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Elevação da alíquota corrige erro, afirma

a Anfavea

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Anfavea (associação dos fabricantes de veículos), Luiz Adelar Scheuer, diz que o governo "corrige um erro" ao anunciar a volta da alíquota de 35% para o carro importado.
"O setor preveniu sobre as consequências da redução do imposto no ano passado, mas não foi ouvido", diz Scheuer.
O governo, segundo o presidente da Anfavea, se assustou quando viu os dados sobre o aumento das importações de carros. A participação dos importados no mercado pulou de 12% em setembro para 24,5% em outubro.
As montadoras vão discutir a situação do setor hoje em Brasília, em uma reunião com a ministra da Indústria e Comércio, Dorothéa Werneck. O encontro serve como preparação para a plenária da câmara setorial, marcada para dia 6. "É preciso estudar formas de reduzir o custo Brasil e desonerar o investimento", diz Scheuer.
O diretor de Assuntos Corporativos da General Motors, José Carlos Pinheiro Neto, definiu a posição do governo como "uma belíssima manifestação de bom senso".
"É preciso haver algum controle sobre as importações, nenhum país pode escancarar as portas dessa forma", diz Pinheiro Neto.
Ele afirma que a GM quer um limite à entrada dos importados, mas o mercado deve continuar aberto. A montadora é a favor da adoção de uma quota para a importação de veículos, como ocorre na Argentina, onde os importados são limitados a 10% do total das vendas no ano anterior.
Para Ivan Fonseca e Silva, presidente da Ford, "é preciso incentivar quem produz no país". Ele defende uma política industrial para o setor semelhante à existente na Argentina.
A Fiat, que se uma hóspede no país, acata o que o governo brasileiro decidir sobre o assunto, afirma Silvano Valentino, presidente da Fiat do Brasil.
Emílio Julianelli, presidente da Abeiva, entidade que representa 30 marcas de importados, afirma que a elevação da alíquota será um "castigo" para o consumidor e aumentará o controle do mercado por parte das montadoras.
Ele diz que as fábricas utilizaram a "exagerada previsão" de importar 300 mil carros este ano para pressionar o governo.
Sérgio Reze, da Fenabrave (associação das concessionárias), considera um "absurdo" a revogação da alíquota de 20% com apenas três meses de vigência.

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