São Paulo, segunda-feira, 2 de outubro de 1995
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Paes de Andrade vence Goldman na disputa pela presidência do PMDB

DANIEL BRAMATTI
GUILHERME EVELIN

DANIEL BRAMATTI; GUILHERME EVELIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A primeira contagem dos votos da eleição do novo presidente do PMDB apontou a vitória do deputado cearense Paes de Andrade (PMDB-CE) sobre o deputado Alberto Goldman (PMDB-SP) por apenas um voto de diferença - 76 votos a 75.
Os partidários da candidatura Goldman anunciaram que iriam recorrer, alegando irregularidades no voto de um candidato do Espírito Santo. Até as 21h, os aliados de Goldman ainda tentavam anular o resultado.
Ontem à tarde, os seguidores de Paes tentaram uma manobra de última hora para alterar as regras da eleição, visando prejudicar a candidatura de Goldman.
Para anular a força do senador Ronaldo Cunha Lima (PMDB-PB), candidato a primeiro vice-presidente de Goldman, os seguidores de Paes queriam desvincular os votos para presidente e vice, o que permitiria votos em Paes de Andrade para presidente e em Cunha Lima para vice.
A manobra foi articulada pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL), aliado de Paes. Fracassou porque o estatuto do PMDB é claro ao estabelecer que a chapa vitoriosa será eleita na sua totalidade para a Executiva.
Os articuladores da candidatura de Goldman ficaram preocupados porque interpretaram a tentativa de mudança como interferência do presidente do Congresso, senador José Sarney (PMDB-AP), que prometera afastar-se da disputa.
Com a interferência de Sarney, eleitor de Paes, o senador Ney Suassuna (PMDB-PB), do grupo de Goldman, previu vitória de Goldman por 10 a 15 votos.
A disputa pelos votos era tão acirrada que Goldman pediu ao governador de Goiás, Maguito Vilela, seu aliado, que providenciasse um avião para trazer de Goiânia o deputado federal João Natal (GO), que, naquele momento, se submetia a uma hemodiálise.
Comandados pelo senador Carlos Bezerra (PMDB-MT), os três representantes de Mato Grosso barganharam seus votos até o último instante.

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