São Paulo, segunda-feira, 2 de outubro de 1995
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PARALAMAS DO SUCESSO VÃO TOCAR NA CAPITAL

A turnê de lançamento de ``Vamo Batê Lata" chega a São Paulo

ANTONINA LEMOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Há três meses os integrantes dos Paralamas do Sucesso estão fazendo o que mais gostam de fazer na vida: shows.
A banda, formada por Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone, segue a rotina da estrada há 13 anos, desde que se formou em Brasília.
A turnê atual lança o disco ``Vamo Batê Lata". Ela chega a São Paulo esta semana. Os Paralamas tocam no Olympia, de quinta a sábado.
A Folha conversou com o vocalista e guitarrista da banda, Herbert Vianna, 34, por telefone na sexta-feira passada. O grupo estava em Belo Horizonte e no dia seguinte iria para Niterói (RJ). Vida de estrada.

Folha - Vocês são conhecidos como uma banda de estrada. Depois de 13 anos, continuam gostando de dar shows?
Herbert - Se a gente não gostasse muito, não funcionava. Mesmo na época em que não fazíamos sucesso, era fenomenal. Agora que temos esse sucesso todo, é um prazer tremendo.
Folha - O ``Severino", penúltimo disco do grupo, não estourou. Agora o ``Vamo Batê Lata" está fazendo todo esse sucesso. O que aconteceu?
Herbert - Eu acho que as vezes você não está falando o que a pessoa quer ouvir. Por mais qualidades artísticas que o disco tenha, ele sempre vai esbarrar nisso. O ``Severino" foi muito interessante para a gente, mas provavelmente não foi importante para o resto do mundo. Mas não temos ressentimentos. Ou a pessoa gosta, se identifica e compra, ou não.
Folha - Como vai a carreira de vocês no exterior?
Herbert - Depois dos shows em São Paulo, passamos uma semana no Sul e depois vamos para a Colômbia e para a Espanha. O sucesso na Argentina é muito grande, mas temos outros países para conquistar. A gente ficou três anos investindo nisso e deu certo. Agora estamos tentando reconquistar o nosso espaço no Brasil. É por isso que estamos trabalhando tanto.
Folha - Qual é o segredo da longevidade do grupo?
Herbert - A gente já era muito amigo antes de tocar. Nosso sonho era ter uma Kombi e tocar pelo Estado do Rio, como a galera de Brasília fazia. Eles chegavam na lanchonete e falavam: ``empresta a tomada?". Ligavam o amplificador e tocavam. Era isso o que o pessoal fazia, e a nossa filosofia ainda é essa. O nosso sonho foi muito mais além. A gente não tem uma Kombi, mas vai ao Japão, à Inglaterra. Mas a gente dá muito valor ao lugar onde a gente chegou. Nosso pé está no chão. Não temos nenhum deslumbramento com o sucesso. Essas coisas são muito efêmeras. O que a gente busca é a qualidade. Temos princípios bastante sólidos.

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