São Paulo, segunda-feira, 2 de outubro de 1995 |
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Maurício Pereira canta sem `máscaras'
LUIZ ANTÔNIO RYFF
Artista: Maurício Pereira Onde: Teatro Paulista (r. Vergueiro, 494, tel. 287-2782) Quando: terça e quarta, até 25 de outubro, às 21h Quanto: R$ 10 O cantor e compositor Maurício Pereira, 35, lança seu disco solo, ``Na Tradição", despido das máscaras dos personagens que o acompanharam nos Mulheres Negras e na Banda Fanzine. ``Eu trabalhava com o lado teatral antes da música. As músicas serviam para os personagens. Agora as canções são mais importantes", diz. Não que com isso ele tenha abdicado do seu lado lúdico. ``Bom humor é um estado de espírito, mas eu não persigo mais a gag." No espetáculo do disco solo ele busca reviver as canções, ``com início, meio e fim." Algo que ele já exercitava um pouco na Banda Fanzine, quando cantou cerca de 600 músicas em dois anos -de Odair José a Caetano Veloso, passando por Ratos de Porão. ``Foi uma escola maluca de crooner", brinca. ``Canções nunca são modernas nem antigas. A estrutura não mudou muito desde a Idade Média." É lógico que ele faz isso à sua maneira. Da forma mais inquieta possível. ``Tenho a curiosidade de um mecânico desmontando as canções para ver como elas funcionam", diz. O espetáculo reúne composições próprias, releituras de clássicos da MPB, versões de músicas estrangeiras e alguma coisa dos trabalhos anteriores -como ``Música Serve Para Isso", de Os Mulheres Negras. Tanto o disco quanto o show são expressões do desejo de Pereira de fazer música simples e popular sem deixar de ser guerrilheiro. Usa a linguagem pop e quer tocar no rádio, mas não abre mão de experimentar e forçar as formas. A mistura é vista como um acidente geográfico. ``Meu trabalho é paulistano da gema. São Paulo é uma cidade que mistura tradição e modernidade, senhoras de Santana e punks da periferia. Há muitos italianos e muitos nordestinos. Há muita brutalidade e também existe velocidade na informação. Sou um reflexo da cidade." O show terá várias surpresas, como a participação da Banda Paralela (com a ala de sopros da Banda Sinfônica Municipal). Dependendo do humor -dele e da platéia-, o cardápio musical pode incluir uma leitura jazzística de ``A Lua e Eu", de Cassiano, ``Curitibada", de Tonico e Tinoco, ou uma versão de ``Ebony and Ivory", de Paul McCartney e Stevie Wonder. Certo mesmo está a versão para uma música do Menudo, ``Sobe em Minha Moto" de deixar arrepiadas as tietes remanescentes do grupo porto-riquenho. ``Detonei a harmonia e a levada. Quero ver algum fã do Menudo reconhecer a música", desafia. Texto Anterior: Denise Fraga foge da imagem de gaiata Próximo Texto: Exposição mostra selos históricos Índice |
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