São Paulo, segunda-feira, 2 de outubro de 1995 |
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Militares da Nigéria anunciam abertura
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS O chefe da junta militar que governa a Nigéria desde 1993, general Sani Abacha, afirmou ontem que permanecerá no poder por mais três anos.Ele divulgou um programa para a ``transição democrática", pelo qual ele pretende entregar o governo a um presidente eleito de forma direta em 1º de outubro de 1998. Ele também anunciou a substituição das sentenças de 43 civis e militares supostamente implicados em um fracassado golpe em março deste ano. O anúncio foi feito durante uma transmissão em cadeia nacional de rádio e TV, em comemoração ao 35º aniversário da independência do país, ex-colônia inglesa. O programa de Abacha inclui eleições em todos os níveis do governo, inclusive presidencial, no segundo semestre de 1998. O chefe militar havia prometido entregar o poder em 1996, mas disse que esse atraso é necessário para preparar um governo civil. Ele afirmou buscar ``uma base econômica estável". Abacha não deu mais detalhes sobre as novas penas impostas aos acusados, limitando-se a dizer que o assunto será ``examinado em um momento mais apropriado". Entre os presos está o ex-chefe de Estado nigeriano general Olusegun Obasanjo. Eles foram condenados em um julgamento secreto em julho passado por um tribunal militar especial. O general Abacha disse que os tribunais nigerianos decidirão qual será a pena de Moshood Abiola. Principal figura da oposição do país, Abiola é acusado de traição por ter se proclamado presidente da Nigéria com base nos resultados da eleição presidencial de junho de 1992, que foi anulada pelos militares. É a primeira vez desde 1976 que a Nigéria não executa pessoas acusadas de tentativa de golpe. O Partido da Consciência Nacional, liderado por Gani Fawehinmi, qualificou de ``retórica vazia" o anúncio feito por Abacha. ``O partido rejeita a agenda de Abacha, já que todo o pronunciamento não tem nenhum elemento de credibilidade e não é confiável", disse um comunicado. Abacha também anunciou que estava suspensa a proibição de publicações dos grupos de imprensa Concord e Punch, fechados em 1994 por ordem da administração militar por atentado à segurança do Estado. O grupo Concord pertence a Abiola. Ontem, o jornal ``Nigeria's Guardian" voltou às bancas, depois de 14 meses de proibição. Texto Anterior: Boicote atrasa resultado final Próximo Texto: Ataque a ônibus deixa 18 mortos na Argélia Índice |
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