São Paulo, segunda-feira, 2 de outubro de 1995
Próximo Texto | Índice

Déficits alarmantes

A ineficiência das empresas estatais, o nível estratosférico das taxas de juros e o descontrole das contas de Estados e municípios resultaram em elevado déficit público no primeiro semestre do ano. A possível manutenção dessa trajetória é altamente preocupante, pois abala um dos pilares do controle da inflação.
No resultado geral, a União teve o desempenho menos desfavorável. Antes do pagamento de juros, o governo federal obteve um superávit de R$ 6,74 bilhões. Em consequência das brutais taxas financeiras mantidas pelo BC, entretanto, as contas federais registraram um déficit nominal de R$ 1,93 bilhão no primeiro semestre.
O resultado das empresas estatais e demais esferas de poder foi, este sim, absolutamente lastimável -e altamente preocupante.
Estados e municípios tiveram um déficit primário (antes do pagamento de juros), de R$ 320 milhões. Mas o custo do serviço de suas respectivas dívidas fez com que suas contas fechassem com um rombo nominal de alarmantes R$ 11,87 bilhões em apenas seis meses.
Por fim, o brutal prejuízo nominal de R$ 3,85 bilhões registrado pelas empresas estatais é mais uma demonstração da necessidade imperiosa de eliminar esse ônus. A maior parte dessa perda refere-se a empresas sob controle dos Estados e e menor parcela é devida às federais. De qualquer modo, ainda que o congelamento das tarifas públicas e os altos juros tenham contribuído para esse resultado negativo, está claro que a privatização é a única solução definitiva contra a repetição desses déficits.

Próximo Texto: Reforma e iniciativa social
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.