São Paulo, terça-feira, 3 de outubro de 1995
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Caminhão capota e 7 morrem em Alagoas

ARI CIPOLA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

Sete pessoas morreram e 12 ficaram feridas em um acidente ocorrido às 11h40 de ontem a 5 km de Capela (64 km de Maceió).
As vítimas -a maioria bóias-frias- eram transportadas de forma irregular sobre a carroceria de um caminhão, que capotou após perder a roda dianteira.
Os feridos estão internados em estado grave no Pronto-Socorro de Maceió, para onde foram levados por um ônibus fornecido pela Prefeitura de Capela.
Entre as vítimas estão sete funcionários da empreiteira MM Construções, que fazia para o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) e Alagoas trabalhos de recapeamento da estrada, e 12 bóias-frias -que pegavam carona.
Os funcionários e os trabalhadores rurais -que trabalham nos canaviais da região- estavam sendo transportados de forma irregular e junto com o asfalto que seria usado para tapar os buracos da pista.
Uma mulher, que ainda não havia sido identificada pela polícia, teve o corpo cortado ao meio. Até o final da tarde, a polícia só havia identificado 2 dos 7 mortos, ambos funcionários da empreiteira.
O delegado de Capela, Mário Jorge Santos, abriu inquérito para apurar a responsabilidade pelo acidente. Segundo ele, é irregular transportar pessoas sobre caminhões abertos, como o do acidente. O responsável pode ser acusado de homicídio.
O motorista do caminhão, Delcion Bras de Lima, fugiu e até o final da tarde de ontem estava sendo procurado pela polícia para prestar esclarecimentos.
O prefeito de Capela, Adelmo de Novaes Calheiros (PMDB), primo do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), disse ter ficado chocado com o acidente. ``O transporte irregular de pessoas na região tem de parar para que não tenhamos de nos chocar com essas imagens de acidentes", afirmou.
O diretor-geral do DER-AL, Rosiber Oliveira, afirmou considerar o caso uma ``fatalidade". ``O motorista quis ajudar os trabalhadores rurais e acabou acontecendo essa fatalidade."
Na empreiteira MM Construções foi passada a informação de que os proprietários não se encontravam por estarem prestando assistência às famílias das vítimas.

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