São Paulo, terça-feira, 3 de outubro de 1995
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Emprego industrial cai 0,25% em São Paulo

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O nível de emprego industrial no Estado de São Paulo caiu pela 21ª semana consecutiva na terceira semana de setembro, de acordo com a pesquisa feita pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
A queda foi de 0,25% em relação à semana anterior, significando o fechamento de 5.569 postos de trabalho.
No mês, o declínio do nível de emprego, de acordo com os dados divulgados pela entidade, é de 0,93%, com a redução de 21.068 vagas.
O empresário Mario Bernardini, vice-presidente do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), culpou a política governamental de contenção do consumo pela onda de desemprego na indústria paulista.
Ele disse que discorda da afirmação do presidente Fernando Henrique Cardoso e de membros da equipe econômica, segundo a qual as causas do desemprego na indústria paulista são estruturais.
``Ninguém nega que há condicionamentos estruturais, mas atribuir as quedas bruscas no nível de emprego de um mês para outro somente a causas estruturais é má-fé ou desinformação", argumenta o empresário.
Para ele, o desemprego estrutural, resultado da reestruturação da indústria frente à abertura econômica e à automação, é um fenômeno de efeito lento, a longo prazo.
``Devemos esperar modificação estrutural no emprego, como ocorre nos países industrializados, com a transferência do emprego na indústria e na agricultura para o setor de serviços", disse.
``Mas justificar as quedas dos últimos quatro meses com argumentos estruturais é falta de honestidade intelectual ou tentativa de fazer os outros de bobo", completou Bernardini.
A taxa acumulada do nível de emprego neste ano mostra recuo de 4,03%, o que corresponde a 93.462 demissões.
Nos últimos 12 meses, a queda verificada no nível de emprego foi de 2,39%, representando o fechamento de 54.749 vagas.
Desempenho setorial
A maioria (17) dos 46 setores pesquisados pela Fiesp na terceira semana de setembro teve desempenho negativo (demissões superiores às contratações). O desempenho foi positivo em cinco setores e estável em outros 24.
Os que apresentaram as maiores quedas foram calçados de Franca (5,51%), perfumaria e artigos de toucador (4,58%) e energia elétrica (1,54%).
Os cinco setores que tiveram desempenho positivo foram adubos e corretivos agrícolas (3,99%), bebidas em geral (1,63%), artefatos de borracha (1,07%), massas alimentícias e biscoitos (0,30%) e gráficas (0,15%).

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