São Paulo, terça-feira, 3 de outubro de 1995
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Argentina prende três suspeitos de ataque contra grupo judaico em 94

DENISE CHRISPIM MARIN
DE BUENOS AIRES

Três pessoas foram presas ontem, em Buenos Aires, suspeitas de participar do atentado contra a sede da Amia (Associação Mutual Israelita Argentina), que matou cerca de cem pessoas em 1994.
O casal Pablo Ibañez e Miriam Salinas seria amigo íntimo de Carlos Alberto Telleldín, o único suspeito que permanecia preso até o momento. Alberto Mário Chueco foi a outra pessoa detida.
Todos foram presos pela manhã, durante 2 das 46 operações policiais de invasão a pontos de venda de automóveis usados.
A operação foi ordenada pelo juiz federal Juan José Galeano, que pretendia obter mais elementos sobre a venda da camionete Trafic utilizada como carro-bomba no atentado.
No momento da prisão do casal, no subúrbio de Buenos Aires, a polícia encontrou uma camionete importada e alterada, documentos de carros roubados e cocaína.
Telleldín -suspeito de ter entregado a camionete aos responsáveis pelo atentado- pediu proteção à Daia (Delegação das Associações Israelitas Argentinas) em troca de informações.
A operação policial ocorreu 48 horas depois das críticas severas do coordenador da área de antiterrorismo do Departamento de Estado dos EUA, Philip Wilcox, às investigações do caso Amia.
Ontem, o presidente argentino, Carlos Menem, acentuou a desavença diplomática com os Estados Unidos ao reiterar seu protesto formal. Ele exigiu esclarecimento sobre as declarações de Wilcox.
Seguindo suas instruções, a chancelaria argentina deverá enviar cartas ``claras e enérgicas" aos congressistas norte-americanos, que também fizeram críticas à investigação.

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