São Paulo, terça-feira, 3 de outubro de 1995
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Sem maioria absoluta, Guterres negocia novo governo português

JAIR RATTNER
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE LISBOA

O primeiro-ministro eleito de Portugal, Antônio Guterres, começou ontem a formar o seu governo, em uma reunião com a direção do Partido Socialista, vencedor das eleições de anteontem.
Apurados 99% dos votos, o PS deve ficar a quatro deputados da maioria absoluta. Ainda estão indefinidas duas vagas de deputados em Braga, no norte do país, e as quatro vagas de deputados do exterior.
Até as 19h de ontem (16h em Brasília), o PS tinha 110 deputados e 43,8% dos votos válidos, enquanto o Partido Social Democrata (PSD) tinha 84 cadeiras no Parlamento, ou 34% dos votos.
Empatados em número de lugares estavam o Partido Popular e o Partido Comunista Português, que tinham 15 deputados cada um. O PP obteve 9% dos votos, enquanto o PCP ficou com 8,6%.
Por não alcançar a maioria absoluta (116 parlamentares), os socialistas precisarão negociar com a oposição para conseguir aprovar seu programa de governo.
A imprensa portuguesa publicou uma lista com os 30 nomes mais cotados para o gabinete, mas Guterres afirmou que ainda não fez convites para formar seu governo.
A derrota eleitoral abriu uma crise no Partido Social Democrata. O resultado pode comprometer a candidatura do premiê Aníbal Cavaco Silva à Presidência.
Fernando Nogueira, que desde fevereiro é presidente do PSD e foi o candidato a premiê, disse que assume a responsabilidade pela derrota, mas que não se demitirá.

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