São Paulo, terça-feira, 3 de outubro de 1995
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Colonos invadem a Jordânia e são presos por soldados de Israel

Reuter
Colonos judeus da Cisjordânia ocupada cruzam o Jordão

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Cerca de cem colonos judeus foram presos ao invadir ontem o território da vizinha Jordânia para protestar contra o acordo de paz entre Israel e os palestinos.
Usando uma corda, os colonos cruzaram o rio Jordão, na altura do assentamento de Gilgal (30 km ao norte de Jerusalém). Eles foram recebidos por um funcionário do governo e enviaram uma "mensagem de paz" ao rei Hussein.
Mesmo assim, o governo considerou a invasão ilegal.
Soldados israelenses também cruzaram o rio, para trazer os manifestantes de volta. A polícia disse que eles retornaram sem resistência, mas a TV israelense mostrou policiais agredindo colonos.
Os manifestantes podem ser processados. Os colonos admitiram que o protesto não se dirigia à Jordânia, país com o qual mantêm boa relação, mas que a intenção era apenas chamar a atenção.
O rei Hussein, da Jordânia, é um antigo opositor da OLP (Organização para a Libertação da Palestina).
Pelo acordo firmado na semana passada, Israel se compromete a retirar seus soldados das cidades da região a oeste do rio Jordão conhecida por Cisjordânia.
Os colonos, que se instalaram na área a partir de 1967, com incentivo do governo israelense, temem sofrer perseguição da força palestina que passará a controlar a Cisjordânia.
A Corte Suprema de Israel rejeitou ontem pedido de anistia para dez judeus condenados pelo assassinato de palestinos. Eles alegam que devem ser beneficiados pela mesma cláusula do acordo de paz que prevê a libertação de cerca de 6.000 palestinos detidos em Israel.
Um dos presos, que não pode ser identificado porque era menor quando foi condenado, pediu que Israel não cumpra a determinação de libertar palestinos. "Nós não atentamos contra o povo judeu, enquanto os árabes o fizeram. Há uma diferença de sangue -o sangue judeu é sagrado, enquanto o sangue árabe de alguém que matou deve continuar na prisão."
A Justiça decidiu, entretanto, que o presidente de Israel, Ezer Weizman, tem o direito de anistiar condenados, judeus ou palestinos. Weizman deve decidir a questão após o Parlamento de Israel aprovar o acordo de paz, nesta semana.
O chanceler de Israel, Shimon Peres, voltou ontem a pedir ao Líbano e à Síria que se juntem às negociações de paz na região.
Em Luxemburgo, os chanceleres da União Européia (UE) propuseram a realização de uma conferência ministerial internacional em apoio ao povo palestino e o início de negociações para o envio de ajuda econômica à Autoridade Nacional Palestina. Desde 1993, a UE aprovou o empréstimo de US$ 300 milhões para territórios que estejam em processo de paz.

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