São Paulo, quarta-feira, 4 de outubro de 1995
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Guerrilha quer cercar Bogotá, diz jornal

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) têm planos para sitiar Bogotá, a capital do país, publicou ontem o jornal ``El Tiempo".
Segundo o diário, o governo tem informações de que o Departamento (Estado) de Cundinamarca, cuja capital é Bogotá, é o principal alvo das Farc.
Cerca de 450 milicianos esquerdistas, liderados por Jorge Briceño, estariam distribuídos em 11 frentes em Cundinamarca para ``urbanizar o conflito armado".
Os guerrilheiros preparam ações contra a represa de Guavio, que fornece água para 7 milhões de pessoas em Bogotá.
Eles estariam planejando atentados contra o palácio presidencial e contra o Ministério da Defesa.
Os guerrilheiros tentam, segundo o ``El Tiempo", tomar o controle das principais vias de acesso à capital colombiana.
O serviço de segurança de Bogotá teria descoberto a ação dos terroristas após investigar o assassinato de José Raimundo Sojo Zambrano, no domingo passado.
Zambrano foi ministro do Desenvolvimento e candidato à Vice-Presidência da Colômbia no ano passado.
Ele foi morto próximo a sua casa em Anolaima, 70 km a oeste de Bogotá, com um tiro de fuzil. O crime foi assumido pelas Farc.
Segundo o ``El Tiempo", documentos oficiais afirmam que a guerrilha está realizando reuniões nacionais para impor sua presença ao redor da capital.
Os guerrilheiros estariam chamando esse plano, segundo o diário, de ``campanha bolivariana por uma nova Colômbia".
Os documentos destacam que a organização insurgente mais antiga do país, com 45 anos de luta armada, pretende ocupar a parte oriental da cordilheira dos Andes.
Para isso, as Farc estariam mobilizando cerca de 36 mil homens.
As Farc, de esquerda, são contrárias ao governo. Com o terror, eles pretendem derrubar o presidente Ernesto Samper e tomar o poder.
Segundo fontes militares citadas pelo jornal colombiano, porém, os guerrilheiros estariam tentando pressionar o governo a retomar as negociações de paz.
As conversações entre governo e as Farc estão interrompidas desde a posse do presidente Ernesto Samper, no início do ano.
Nas reuniões, os milicianos se recusaram a depor suas armas e a suspender os sequestros e assassinatos. O governo então decidiu interromper o diálogo.

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