São Paulo, quinta-feira, 5 de outubro de 1995
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Itamaraty pediu exame psiquiátrico

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O oficial de chancelaria Jorge Alfredo Lomba Mirândola, 48, nasceu no Rio de Janeiro e é bacharel em direito.
Entrou para a carreira diplomática em 28 de fevereiro de 1974 e, após várias licenças médicas e afastamentos, foi demitido em 28 de abril de 1994.
Em 20 anos de Itamaraty, Mirândola passou por oito seções diferentes, nas poucas vezes em que trabalhou. Isso porque na maior parte do tempo estava em licença médica ou afastado para investigações.
O comportamento ``suspeito e anormal" de Mirândola, segundo o ministério, fez com que ele fosse encaminhado várias vezes para fazer exames médicos e psiquiátricos. Em todas se recusou, conseguindo até mesmo mandados de segurança para impedir os testes.
Em sua passagem pelo Itamaraty, Mirândola esteve cinco meses em licença para tratamento de saúde, outros 11 em licença de interesse particular (sem vencimentos) e ficou colocado em disponibilidade (sem função) por três vezes.
Em 1981, por causa das seguidas faltas injustificadas, o ministério abriu processo administrativo para afastá-lo. O processo chegou em 85 à Consultoria Geral da Presidência, que deu parecer pelo arquivamento.
Desde 1982 ele pedia aposentadoria alegando ``impasse com a administração de pessoal". Teve os pedidos negados. De 1985 a 1988, Mirândola ficou sem função.
Em 1992, um decreto do governo exigiu que os servidores em disponibilidade retornassem às suas funções. Apesar de ser convocado, Mirândola não apareceu -o que resultou num processo administrativo.
Foi demitido em abril de 1994 após a conclusão desse inquérito. Até então ganhava o equivalente a R$ 690 mensais.

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