São Paulo, quinta-feira, 5 de outubro de 1995
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Ski e vôo

CARLOS SARLI

O skate talvez nunca tivesse surgido não fosse a ausência de ondas, que acabou levando surfistas fissurados a inventar uma forma de manter os movimentos e a adrenalina em dia.
O mesmo pode-se dizer da escalada esportiva, uma variação do alpinismo; do base jump, solução urbana para experientes praticantes de pára-quedismo, e de outros tantos esportes de ação.
Nesta semana, dois eventos que experimentam formas alternativas a suas práticas usuais estão acontecendo em São Paulo.
Um deles, o 2º Campeonato Vail-Aspen de Esqui Sem Neve, programado para ontem à noite, seria mais uma brincadeira a fim de promover duas das melhores estações de esqui norte-americanas, que abrem suas temporadas no próximo mês.
Uma rampa com cerca de oito metros foi construída numa casa no bairro do Pacaembu, da qual os participantes se lançariam com o objetivo de atravessar uma piscina. O vencedor, o que cobrisse a maior distância, garantiria uma semana em Aspen e Vail.
O norte-americano Kevin Delaney, campeão mundial de snowboard, categoria overall, estaria no evento. Ele mantém um curso de snowboard em Aspen, e garante que seu grande prazer é ver sisudos executivos virarem crianças já no segundo dia de aula.
Já o 1º Rally Peugeot de Vôo Livre adota um sistema pioneiro de decolagem. Os pilotos ganham altura rebocados por pick-ups, à medida que um cabo preso a um carretel vai sendo solto.
Cinco veículos levam os 35 conjuntos (asa/piloto) para o céu, quando então é dada a largada. O objetivo é cobrir percursos, em média de 110 km, entre as cidades, sendo que o maior deles, de 145 km, está rolando hoje, entre Araçatuba e Catanduva.
O rali teve início no sábado e termina neste domingo, em Ribeirão. A quilometragem do circuito é de 842 km. Os piloto que não conseguirem completar as etapas somam as distâncias percorridas.
Atraídos pela premiação, que inclui um Peugeot 106, os melhores pilotos de 11 países estão na competição. Entre eles, o austríaco Manfred Ruhmer, o tcheco Thomas Suchanek (campeões mundiais) e o recordista mundial de distância (494 km), o norte-americano Larry Tudor.
Surfe sem onda, pára-quedismo sem avião, esqui sem neve, vôo livre sem acidente geográfico.
Para fazer o que gosta, neguinho dá um jeito.

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