São Paulo, sexta-feira, 6 de outubro de 1995
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Empresas de alimentos exploram o Mercosul

SUZANA BARELLI
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

As micro e pequenas empresas brasileiras de alimentação começam a explorar o Mercosul, com o objetivo de conseguir novos mercados para seus produtos e fornecedores a preços competitivos.
``As empresas de alimentos estão bastante atuantes, procurando vender, até por representantes, produtos na Argentina, Uruguai e Paraguai", diz Marcos Hupe, coordenador de comércio exterior do Sebrae/RJ (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Rio de Janeiro).
O Sebrae/RJ promove até hoje o 2º Mercotrade, roda de negócios com micro e pequenos empresários do Mercosul e do Chile. O órgão estima fechar US$ 150 milhões em negócios a médio prazo.
Gustavo de Oliveira, da distribuidora de pequeno porte Oliveira e Filho, conta que começou a procurar empresas argentinas devido ao preço de seus produtos.
``Os argentinos têm produtos alimentícios de qualidade e com preços que podem se tornar competitivos. No Brasil, as margens de lucro são maiores", diz.
Roberto Clementino, diretor da Alhosal (empresa de conservas), diz que a idéia é atuar no Mercosul para ``fugir da concorrência do mercado nacional".
``No Mercosul, temos o atrativo de estar vendendo produtos importados, além de termos preços competitivos e menos concorrência."
Clementino conta que a retração do mercado brasileiro foi outro fator que o levou a procurar os argentinos. A empresa está tentando viabilizar, ainda, a compra de azeitonas e champgnon em conservas do Chile e da Argentina. ``São produtos que vão complementar a nossa linha", diz.
Damian Garrido, sócio da Nesgard, empresa argentina de chocolate, veio ao Mercotrade para fechar contratos de representações com companhias brasileiras.
``A idéia a ampliar a produção para colocar o produto no Brasil", diz, sem revelar o valor do investimento previsto no aumento de produção de sua empresa, que hoje tem 30 funcionários.
Segundo ele, um bombom com licor custa US$ 0,15 no Brasil, sem os impostos.
Mauro Buchner, diretor da Gibur, empresa de conservas do Uruguai, está concluindo negócios para vender azeitonas recheadas com amêndoas e maioneses no Brasil.
``Nosso mercado interno é pequeno e estamos sendo invadidos pelos importados. Para ampliar nosso mercado, também precisamos investir na exportação", diz.
Segundo Buchner, um pote de cem gramas de azeitona custa US$ 0,38 no seu país e os gastos com transporte podem aumentá-lo em até 50%. Outra vantagem, afirma, é que o Uruguai pode oferecer prazo de pagamento de 180 dias.

2º MERCOTRADE. Até hoje, das 9h30 às 18h na Firjan (av. Graça Aranha, 1, Rio de Janeiro).

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