São Paulo, sexta-feira, 6 de outubro de 1995
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Público de filmes deve crescer acima de 40%

Venda de ingressos chega a 37,9 milhões de unidades em 95

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado cinematográfico tomou impulso com o Plano Real. Por causa dele, no ano passado o público cresceu no conjunto das salas em 20%. O crescimento desse ano poderá ser maior em relação a 1994: acima de 40%.
É a previsão de Jorge Pelegrino, da UIP, uma das quatro grandes empresas de distribuição (que importam, traduzem e tiram as cópias dos filmes, entregues às exibidoras, donas das salas).
Outro grande distribuidor, Rodrigo Saturnino Braga, da Columbia-Tristar, chega por outros cálculos a projeções também otimistas. No ano passado, o ``mercado lançador"-salas que exibem filmes novos, com a exclusão das especializadas em reprises ou em filmes pornográficos- vendeu 40,2 milhões de ingressos.
Entre janeiro e agosto desse ano já se chegou a 37,9 milhões. É então muito provável que a frequência das salas este ano seja superior.
Não se atingirá o número de espectadores de dois anos históricos: 1980 (antes do videocassete) foram 164 milhões e em 1986 (Plano Cruzado) foram 127 milhões.
Mesmo assim, os donos de cinema e de distribuidoras arrecadarão mais agora. A razão é simples: um ingresso custava US$ 1,00 em 1987 e hoje custa US$ 4,40.
No mercado de lançamento, o público ficou quase estável em 1994 com relação a 1993, mas as receitas cresceram 32%. Entre julho e agosto do ano passado e o mesmo período desse ano, a receita deu um salto ainda maior: 74%.
Entre donos de salas de cinema, as estatísticas são raras e, por isso mesmo, não é de bom tom entre eles uma declaração de otimismo.
``Não temos informações seguras para fazer projeções", diz o presidente da federação dos exibidores, Roberto Darze.
Ele constata que cada empresa possui seus próprios números para mapear seu pedaço de mercado e informa que a empresa de sua propriedade (22 salas no Rio) teve um aumento de 11% em seu público no primeiro semestre e uma queda de 2% entre julho e agora.
Até dezembro desse ano, diz ele, 50 novos cinemas com 100 novas telas deverão abrir. O maior desses projetos, com 12 telas, será aberto em São Paulo, na marginal Pinheiros, seguido por um outro de onze telas, em Salvador (BA)

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