São Paulo, sexta-feira, 6 de outubro de 1995
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Cinema deixa de ser entretenimento de massa

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

O cinema deixou de ser uma atividade de massa para se transformar em entretenimento reservado às classes alta e média.
Não há estudos precisos sobre a mudança do perfil socio-econômico dos frequentadores das salas. Mas os indícios são sólidos.
O primeiro deles está na quadruplicação do preço real dos ingressos nos últimos oito anos. Isso em grande parte ocorreu porque as salas de exibição deixaram de ser predominantemente um imóvel de bairro para se tornarem uma dependência de shopping center -um espaço mais luxuoso e caro.
``Os cinemas apenas refletem um quadro social mais amplo, no qual sociedade está com sua distribuição de renda a cada ano mais injusta", diz Rodrigo Saturnino Braga, da Columbia, que vende 60 filmes por ano no Brasil.
As distribuidoras acreditam que os exibidores estão indo com muita sede ao pote: sucessos certos lotam salas mesmo com ingresso caro, mas ele é um obstáculo para filmes de pouco apelo.
Com os mais pobres excluídos do mercado exibidor, o repertório em cartaz também muda de perfil. Os especialistas consideram hoje impensável a repetição do sucesso das chanchadas dos anos 50 ou dos filmes de Mazzaroppi na década seguinte. O mesmo vale para os Trapalhões dos anos 80. (JBN)

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