São Paulo, sexta-feira, 6 de outubro de 1995
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Chiantis tintos retomam potência em safra de 90

JORGE CARRARA
ESPECIAL PARA A FOLHA

A paisagem da Toscana tem-se mantido praticamente imutável. Os vales e as suaves colinas, manchadas com pinheiros e ciprestes e cobertas com vinhedos e olivais, tem hoje a mesma serena beleza retratada ao longo dos séculos por inúmeros artistas.
Em contrapartida, o Chianti, o mais conhecido vinho deste canto do centro da Itália, tem passado a sua (longa) história em constante mutação.
A primeira menção de um Chianti se remonta ao séculos 14 e aparece numa carta de 1398 do comerciante toscano Francesco de Marco Datini. Curiosamente o vinho era branco.
Com o correr do tempo os Chianti (já também tintos) ganharam a imagem de vinhos baratos para serem bebidos jovens, nascidos mais para atender uma enorme platéia popular do que a uma minoria refinada.
Hoje o Chianti só existe na sua versão rubra. A sua roupagem também mudou. O típico fiasco (aquela garrafa bojuda forrada com palha) deu lugar às garrafas bordalesas, trocando aquele ar camponês de antanho por uma roupagem mais a rigor.
Os (outrora) populares goles toscanos, ganharam também entre os Riservas (vinhos mais envelhecidos), uma ala de elite na que militam tintos de guarda, cada vez mais (caros) densos e concentrados, destinados a conquistar o público internacional.
A potencial desta nova onda de superchiantis fica bem em evidência -sobretudo- numa boa safra, como a de 90. Nesse ano Fontodi modelou um Vigna del Sorbo -um Riserva bem encorpado- atraente e frutado (cerejas, framboesas), com textura agradável dada por taninos firmes e boa acidez.

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