São Paulo, sábado, 7 de outubro de 1995
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Joãozinho se diz um cigano

RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Morando em um hotel em Salvador (BA), o técnico Joãozinho já se conformou com a condição de treinador. ``Vivemos como ciganos."
Onze meses à frente do Santos terminaram depois de duas rodadas sem vitória no Brasileiro. Um intervalo e novamente Joãozinho, 39, surge como comandante do Vitória, da Bahia, estreando amanhã, contra o Guarani.
``Há uma cultura nos clubes, torcidas e imprensa que leva a essa situação."
Para ele, os times preferem demitir os técnicos aos jogadores porque é mais fácil. ``Sou só um prestador de serviço, enquanto o atleta é o patrimônio do clube."

Folha - O que acha de tantas demissões?
Joãozinho - É lamentável. Não fazemos nenhum trabalho a longo prazo e tudo depende dos resultados da semana. Falta uma postura mais profissional dos clubes. O único exemplo de estabilidade que conheço é o que Telê Santana (há cinco anos no São Paulo). No fundo, todos temos inveja dele.
Folha - Mas as mudanças de técnicos são vistas como benéficas para os clubes em má fase...
Joãozinho - A torcida e a imprensa acreditam nisso. De qualquer forma, a competição aumenta dentro do time quando muda o técnico.
Folha - Já se resignou com o papel de vítima?
Joãozinho - Sim, os times têm que achar um culpado pelas derrotas.

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