São Paulo, domingo, 8 de outubro de 1995
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Estatais têm prejuízo de R$ 379,9 mi

SHIRLEY EMERICK
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As 85 estatais federais tiveram um prejuízo de R$ 379,9 milhões no primeiro semestre deste ano.
As empresas chegaram a registrar um pequeno superávit de R$ 1,469 bilhão (receitas de R$ 28,307 bilhões e despesas de R$ 26,838 bilhões). Mas tiveram de absorver em seus balanços despesas de R$ 1,875 bilhão.
São gastos realizados em 94, mas só quitados nos primeiros seis meses de 95. Esse tipo de despesa, chamada de ``restos a pagar", gerou um déficit de R$ 406 milhões.
Graças a um repasse feito pelo Tesouro Nacional à Sest (Secretaria de Coordenação e Controle das Empresas Estatais), o déficit final foi reduzido para R$ 379,9 milhões. O repasse foi feito a título de aumento de patrimônio líquido das estatais.
O secretário de Coordenação e Controle das Empresas Estatais, Luiz Fernando Wellisch, disse que o governo conta com maior redução de gasto com pessoal para o final do ano.
Há expectativa quanto ao reflexo do decreto 1.410, de março de 95, que determinou às estatais do setor produtivo a redução de 10% nos gastos com pessoal e as do setor financeiro, de 15%.
Segundo Wellisch, a previsão é de lucro de R$ 2,202 bilhões para o ano (considerando despesas previstas para 94 e quitadas em 95).
O governo conta com um aumento significativo na arrecadação devido ao reajuste das tarifas públicas. A previsão de receitas para o ano é de R$ 52,554 bilhões. O peso maior ficará com o impacto do aumento dos combustíveis.
Para tentar manter os custos, as estatais estão desautorizadas a conceder reajustes salariais além do índice determinado pela lei.
Wellisch afirmou que a prioridade das negociações salariais é garantir o sucesso do Plano Real.
Segundo ele, o reajuste de 29,8% oferecido pela Petrobrás ainda terá que ser aprovado pelo Conselho de Coordenação das Estatais. O aumento inclui 4% a título de produtividade, embora uma greve de petroleiros tenha deixado a empresa praticamente paralisada durante 31 dias.
O secretário disse ainda que está vetado qualquer programa de estímulo à aposentadoria voluntária.

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